RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 25 9. Baixo valor agregado da produção exportável ao longo da cadeia produtiva em cada setor. O ideal seria exportar produtos acabados em vez de produtos primá- rios ou intermediários, seja por meio de estímulos fiscais e tarifários, visando à agregação de valor na cadeia produ- tiva, seja pela introdução de canais próprios de distribui- ção e de marcas comerciais ou setoriais que indiquemum diferencial mercadológico de qualidade para os produtos exportados pelo Brasil. Para resolver essas questões, há anos temos debatido sobre a urgência de reformas tributária, trabalhista e tarifária, além de planos de investimento em logís- tica e infraestrutura, por meio de um amplo regime de concessões à iniciativa privada, como também pla- nos de promoção das exportações, e por aí afora. Mas a verdade é que pouco tem sido feito e o Brasil está ficando atrasado em relação aos seus concorrentes. Soma-se a isso tudo umgravíssimo fator que é a crônica e prolongada sobrevalorização cambial, que perdura há mais de uma década, inibindo investimentos em produtividade, já que a rentabilidade média da indús- tria brasileira, nos últimos anos, tem se mantido em níveis baixos e desestimulantes ao capital privado. Se eu tivesse de optar por onde iniciar a tarefa de recu- perar a competitividade da indústria brasileira, nãohesi- taria emafirmar que seria pela questão tributária. Que a estrutura tributária no Brasil é um horror, um verda- deiro emaranhado de impostos, contribuições e taxas, já sabemos há tempos. Oproblema é que dela resulta não só uma excessiva e mal distribuída carga fiscal sobre a sociedade brasileira, como também um elevadíssimo custo de gestão e controle pelos contribuintes, diante da complexidade e subjetividade da legislação tributária. A grandemágica para a economia brasileira seria zerar tudo isso e começar de novo uma estrutura tributária racional, objetiva e bemequilibrada, eliminando distor- ções competitivas e simplificando procedimentos para os contribuintes. Mas, diante da impossibilidade deste “sonho de uma noite de verão”, resta-nos propor aquilo que éminimamente possível e imprescindível na atual conjuntura econômica brasileira. Outro ponto que prejudica nossa atuação no exterior é o fato de o país apresentar uma tecnologia industrial defasada. Omaquinário das empresas brasileiras tem idademédia de 15 anos latinstock