RESPM-SET_OUT-2015-baixa
Revista da ESPM | setembro/outubrode 2015 30 panorama E ssaéumaperguntaque temcomo focoasnos- sas potencialidades no horizonte à vista, e o horizonte à vista de uma geração não excede a duas décadas. Mais que isso, fica incerto demais. Logo, tenhamos claro omomento emque esta- mos. Já faz 30 anos que a esquerda brasileira hegemoni- zou o cenário político. Opaís foi estruturado institucio- nalmente dentro dessa longa hegemonia, que se tornou cultura dominante. Viveu seu apogeu e agora parece se delinear um novo momento, que possivelmente man- terá muito do que foi construído com novidades, pois é raro uma geração não criar umdiferencial distintivo. Um modelo de desenvolvimento foi desenhado nos anos 1990, amadurecido na virada do milênio e levado ao estresse nos últimos anos. A partir desse cenário, algumas coisas vão mudar. Mas qual será o rumo mais promissor a ser tomado?Qual é omelhor caminho para o Brasil construir vantagens competitivas exequíveis? No campo das potencialidades econômicas geral- mente são bem-vistas as previsões otimistas — e mal- vistas as previsões pessimistas — pelos poderosos de plantão, e também pelo povo, que só quer dessa vida trabalhar com a esperança de que o futuro será melhor que o presente. Neste momento, convém ser realista, até porque não adiantam delírios otimistas quando não “bate” coma realidade. Nós, brasileiros, somos um povo inclinado a ser sonhador. Somos pouco práticos e tambémpouco técnicos — aomenos em relação à parte mais avançada do mundo. Quando se trata de compe- titividade — e em termos de competitividade a relação é com o mundo todo —, não há chance de sucesso para discursos ufanistas e arrogantes. Discurso grandioso para desempenho medíocre, essa feição do “brasileiro cordial” que Machado de Assis tão finamente gozou. De1990a2012, aprodutividade brasileirasubiu0,8% aoano, enquanto na Índiaesse índice cresceu4,2%ena China, 8,2%aoano shutterstock
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