RESPM-SET_OUT-2015-baixa

setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 35 sido dada pela economia ao longo dos últimos 20 anos. O setor agrícola é o que se afigura commaior poder de competitividade. A indústria está bloqueada pela tripla muralha, que é a indústria chinesa, o real valorizado e o redesenho das cadeias mundiais de valor. Masessaéapartepromissoradasituação.Agriculturae mineração, parasemanteremcompetitivas, exigemvasta rededeserviçoseindústrias.Essasatividadescomplemen- taresconformamacadeiaprodutiva,condiçãodeinserção nascadeiasdevalor globais.Manter acompetitividadeem escala global exige uma dinâmica inovadora emtodos os campos: na agricultura, na indústria e nos serviços que fazempartedessas cadeias de valor. Dadas a extensãoe a diversidade territorial doBrasil, esse continente tropical e subtropical comáreas temperadas produzumamiríade depotenciaiscamposdenegócio. Jácaminhamosparaser omaior exportador de alimentos. Podemos ser o grande produtor florestal, bastamanejarmos comresponsabili- dade o vasto território. Podemos ser omaior produtor de fitoterápicos, disponibilizando uma imensa quantidade de produtos que serão essenciais à indústria da saúde, do bem-estar e da beleza. No campo industrial, temos as cidades recentemente industrializadas,osArranjosProdutivosLocais,oschamados APLs. Eles estãosobrevivendoàcrise, provandosuanotá- vel resiliência. Estãoespalhadospelopaís. Apoiá-losse faz de formahorizontal, semrequerer escolhadevencedores. Épossível apoiá-losde formabarata. Tal caminhonãosig- nifica esquecer a indústria,mas especializar, aprofundar o que temsustentadonossa riqueza nas últimas décadas. O foco mais promissor parece esse. Uma “bioecono- mia”, economiadebasenatural, plenamente sustentável. Esseéonossopotencial. Talmodelo teriaoméritoadicio- nal de atenuar pressões sobre as áreas metropolitanas, comprevisíveismigrações rumo às cidadesmédias, que, aliás, já começaram. Isso permitiriamelhorar a vida nas cidades grandes semdegradar as cidadesmédias, desde que tenhamos políticas urbanas bem pensadas. É um caminho plausível, sem invencionices, com realismo, essa atitude pouco cultivada entre nós, tão propensos ao sonho grandioso, àsmegalomanias ufanistas. Muitos pensávamos que esse era um traço da elite nacional. No último ciclo político, vimos que essa inclinação cultural é bemmais difundida! Renato Caporali Doutor em desenvolvimento econômico pela Universidade de Paris OBrasil caminha para ser omaior exportador de alimentos e pode ser umgrande produtor florestal e de produtos fitoterápicos. Bastamanejarmos comresponsabilidade o vasto território shutterstock

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