RESPM-SET_OUT-2015-baixa
setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 75 evidenciou também como umproblema adverso é pro- pagado de forma rápida em toda a cadeia. Para evitar ou superar esse tipo de adversidade, muitas empresas estão complementando o just in time com a estratégia de just in case , ao preparar melhor suas CGVs. Buscam ter um estoque maior de componentes e peças críticas para a produção, estimular seus fornecedores a diver- sificarem geograficamente suas plantas produtivas, alternar pedidos para um segundo fornecedor e ten- tar encurtar a CGV. Essa breve descrição das CGVs do Leste Asiático demonstra a dinamicidade e a complexidade do fenômeno organizacional da produção industrial contemporânea. Salienta também o importante papel da integração regional nesse processo e a estratégia adotada pelo país em determinar sua posição dentro da cadeia de valor. Portanto, a CGV representa, sem dúvida, um dos mais relevantes aspectos da evolu- ção do comércio internacional nos últimos anos. Esta fragmentação da produção é o paradigma atual ao qual empresas e governos devem se adequar para buscar vantagens competitivas sustentáveis e, gradu- almente, avançar no desenvolvimento de atividades de maior valor agregado. O Brasil e diversas empresas brasileiras também fazem parte de CGVs. Nossas commodities — como o minério de ferro, a soja, o algodão, a laranja etc. — estão no início de algumas CGVs. Em virtude dos pre- ços internacionais reduzidos dessas commodities, as empresas brasileiras não conseguem se apropriar de parcelas mais expressivas do valor dos produtos finais dos quais as matérias-primas brasileiras são o principal insumo. Dado o grande mercado interno de consumo, já é hora de governos e empresas brasilei- ras desenvolverem estratégias de participação mais proativa nas principais CGVs do Leste Asiático ou de outros espaços geográficos. Uma vez integrados a essas CGVs, esses players terão de buscar um aumento gra- dual de sua relevância nelas, deslocando-se da base da curva “smile” para as posições atualmente ocupadas por empresas dos países desenvolvidos europeus, nor- te-americanos e asiáticos. Mário Henrique Ogasavara Professor titular e coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Gestão Internacional (PMDGI) da ESPM-SP Gilmar Masiero Professor de administração de empresas no Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP O tsunami ocorrido no Japão em 2011 provocou um impacto em todo o mundo, principalmente na indústria automobilística e no setor de eletrônicos latinstock
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