RESPM-SET_OUT-2015-baixa
setembro/outubrode 2015| RevistadaESPM 89 1) Economias nacionais: aquelas ainda muito depen- dentes de suas dinâmicas domésticas e que apresen- tam baixa complexidade em sua estrutura produtiva. Geralmente, são economias de menor desenvolvi- mento relativo. 2) Economias internacionalizadas: grupo composto por países geralmente fabricantes de poucos produtos e que têm no mercado internacional sua principal demanda. Esses produtos costumam ser matérias-primas. 3) Economias globais: compostas pelos países com estruturas produtivas mais complexas, que conseguem se inserir no comércio internacional com dinâmicas expor- tadoras e importadoras. Esse tipo de economia costuma apresentar uma capacidade inovativa baixa, atuando mais como replicadora de processos produtivos do que propriamente como inovadora. Ainda que hospedem importantes corporações multinacionais, seu sistema produtivo é mais focado no mercado doméstico e/ou no fornecimento passivo de insumos para uma CGV. 4) Economias integradas: são aquelas que apresentam uma dinâmica produtiva sofisticada, sendo responsá- veis pela organização dos principais fluxos produtivos e comerciais globais. Essas economias são marcadas por alta capacidade de governança de redes globais de pro- dução, bem como apresentamalta capacidade inovativa — tanto em termos de produtos quanto de processos de gestão produtiva. Ao analisarmos as economias nacionais, percebemos que elas podem ser classificadas em diversos tipos, a depender do setor econômico considerado. Dessa forma, é importante pensarmos nos diferentes setores, bem como na economia como um todo. A inserção brasileira No caso brasileiro, assim como de outras economias importantes, mas não centrais (como Rússia, Índia e África do Sul), encontramos setores que poderiam ser classificados nos diferentes tipos de economia. Se olharmos a economia como um todo, é mais provável que classifiquemos o Brasil como uma economia global. O grande risco de ficar nessa posição é que somos mais dependentes do que ocorre fora de nosso controle, o que apresenta riscos contínuos à estrutura econô- mica. A exemplo da Argentina, que já foi industria- lizada e hoje se encontra numa condição econômica muito delicada, é importante que o sistema econômico brasileiro se insira de forma mais ativa nas CGVs. Para que isso se torne realidade, não podemos espe- rar que um ator (seja o Estado, seja uma “empresa cam- peã”) assuma a responsabilidade por isso. Ampliar os poucos fóruns de discussão sobre estratégias de ganho de produtividade, envolvendo governo, empresas e cen- tros de pesquisa e inovação será a diferença entre ser uma economia relevante ao mundo e ser um fornece- dor, no sentido mais estrito do termo. Rodrigo Cintra Head of international office da ESPM e coordenador do curso de relações internacionais da mesma instituição AArgentina já foi industrializada e hoje se encontranuma condição econômicamuito delicada. Por isso, é de extrema importância que o sistema econômico brasileiro se insira de formamais ativanas CGVs shutterstock
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx