RESPM-JAN_FEV 2016
JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 31 Brasil,uma potênciadovento Por Alexandre Teixeira Foto: Divulgação E lbia Silva Gannoum, presidente-executiva da Associação Brasileira de Ener- gia Eólica (ABEEólica), tem experiência em economia e gestão pública, mas é conhecida mesmo como referência nacional no setor elétrico. Ph.D. em enge- nharia de produção pela Universidade de Santa Catarina, foi economista do Ministério de Minas e Energia de 2003 a 2006. Estava lá quando a então ministra Dilma Rousseff assinou o decreto que lançou as bases para o desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Era o início do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétri- ca (Proinfa). Em uma década, aquele país virgem em energia eólica se tornou uma potên- cia do vento. Hoje tem a décima maior capacidade instalada do planeta (8,42 gigawatts na soma de 324 usinas), está entre os quatro países que mais recursos injetam no setor e é considerado o segundo destino mais atraente para novos investimentos. O ritmo de crescimento dessa indústria deve continuar forte nos próximos anos, pelo simples fato de que o Brasil precisa expandir sua oferta de energia e deve privilegiar fontes renováveis, limpas e competitivas; como os ventos. “Não fosse a energia eólica, o Nordeste já estaria em racionamento”, afirma Elbia. O país estaria usando mais as suas termoelétri- cas, cuja energia chega a custar R$ 1,6 mil por megawatts/hora, ante R$ 140 no caso da ge- rada pelo vento. Produzindo a energia eólica mais barata do mundo na atualidade, o Brasil temeconomizado R$ 6 bilhões e seismilhões de toneladas de CO 2 a cada ano. O primeiro lugar no ranking mundial do setor hoje é ocupado pela China, seguida pelos Estados Unidos, pela Alemanha e por outros países europeus que começaram a investir emenergia eólica 20 anos atrás. Hoje, 6% damatriz energética nacional é eólica. E deverá chegar a 25% por volta de 2050. Apesar de o Brasil estar enfrentando uma situação macroeconômica difícil, o setor eólico não está em crise. “Somos uma ilha de prosperidade, junto como agronegócio”, afirma Elbia. Que o diga oNordeste, principal polo dessa indústria e responsável por 85% da geração nacio- nal. A cadamegawatt que instalam, os parques eólicos criam15 empregos diretos e indiretos. Em2014, foram40mil postos de trabalho emtodooBrasil. Em2015, cerca de 50mil.
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