RESPM-JAN_FEV 2016

JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 35 Elbia — Há muitos investidores. Em- presas que estão aqui há mais de cem anos, inclusive. Grupos tradicionais de energia no Brasil, como CPFL, Tractebel e EDP. No processo de priva- tização, houve vendas para empresas internacionais. Tractebel é um grupo belga. EDP é uma empresa portugue- sa, recentemente comprada pelos chi- neses. Iberdrola é uma empresa espa- nhola e a AES é americana. Há outras, que chegaram recentemente para investir em energia renovável, como a Voltalia, que é francesa, e o grupo italiano Energreen Power, maior gera- dor de energias renováveis domundo. E há empresas que nasceram para o negócio de energia renovável, como a Renova Energia, a Ômega Energia e o grupo Brennand Energia. Revista da ESPM — E o nosso parque industrial de equipamentos para eólica, como anda? Elbia — O financiamento de infra- estrutura no Brasil é predominan- temente do BNDES, que, para fazer empréstimos aos geradores que vão construir os parques, exige conteúdo nacional. O índice de nacionalização, desde 2013, é da ordem de 80%. Isso faz parte de um pacote de política industrial que o Brasil tem e fez com que a indústria se desenvolvesse. Revista da ESPM — O Brasil conse- guiria ter um parque eólico com 100% de produtos nacionais? Elbia — Com 100%, não. A exigência é de 80%, justamente porque não vale a pena produzir aqui dentro algumas tecnologias. Nem teria ne- cessidade. Mas os fabricantes estão aqui no Brasil. Nós temos a Wobben, lá em Sorocaba, uma das duas em- presas que se estabeleceram no país muito antes do movimento da eóli- ca, vislumbrando a oportunidade de produzir aqui para exportar. A outra é a Tecsis, uma empresa genuina- mente nacional. A Wobben é alemã e pertence ao grupo Enercon. É uma companhia totalmente verticaliza- da. Produz tudo: a pá, a turbina e a torre. Está no país há mais ou menos 20 anos e produz aqui dentro, mas parte dos insumos dela é trazida de fora. Existe uma madeira, usada na pá, que se chama balsa. Só dois lugares no mundo a produzem, com destaque para a Indonésia. Se plan- tar, aqui não dá. Revista da ESPM — Na Europa, estão levantando turbinas eólicas no Mar do Norte. Temos ou teremos algo assim no país? Que vantagens têm essas turbinas sobre as que ficam em terra? Não fosseaenergiaeólica, oNordeste jáestariaemracionamento. Essa fontehoje respondepor 30%danecessidadedeenergiada região.Nodia2denovembrode 2015, atingimosumpicodegeração. Atendemos46%dacargadoNordeste Opaís começoua olhar para outras fontes e apensar numadiversificaçãodamatriz quandopercebeuque os recursos hidrelétricos estavamse esgotandonamedida emque ademandapor energia ia aumentando shutterstock

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx