RESPM-JAN_FEV 2016

JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 37 Elbia — O potencial está concen- trado no Nordeste e no Sul, sendo que no Sul é só o Rio Grande do Sul. No Nordeste, todos os estados são produtores. O pionei ro é o Ceará. O Rio Grande do Norte des- pontou em segundo. Depois veio a Bahia. Hoje, há parques eólicos em 11 estados. Revista da ESPM — Qual é o peso do setor eólico em termos de geração de emprego e renda? Elbia — Quando cedem suas terras para produção de energia eólica, pequenos produtores rurais têm suas propriedades arrendadas por 20 anos e passam a ter uma renda. O governador do Piauí me contou a história de um senhorzinho de uns 70 anos que plantava feijão e milho. Ele recebia, por ano, R$ 800. Agora, com duas máquinas instaladas no seu terreno, recebe R$ 2 mil por mês. Ele passou a ter, por ano, uma renda de 24 mil reais. Isso fixa o ho- mem à terra. Ele tem uma boa ren- da, pode sustentar a família, pôde matricular as crianças na escola. Os filhos desse cara não vão mais procurar emprego em São Paulo — até porque não vão encontrar. Vão arrumar emprego no parque. Com os R$ 18 bilhões de investimento no ano passado, nós geramos 40 mil postos de trabalho, enquanto o Brasil fechou 110 mil postos. A cada megawatt que instalamos, criamos 15 empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva. Revista da ESPM — O que pode difi- cultar ou atrasar o desenvolvimento do setor eólico? Elbia — Como eu disse, o Brasil pre- cisa de infraestrutura. Independen- temente do PIB, de o presidente ser a Dilma ou o Michel Temer. Não in- teressa. O Brasil tem 200 milhões de consumidores e precisa de energia. Então, atrasar não vai, porque temde incluir energia nesse sistema. Agora, a forma como se vai instalar muda, dependendo das condições. E aí há fatores considerados desafios para a indústria. Logística de transporte. E linhas de transmissão. Há um par- que eólico emXique-Xique, na Bahia. Para produzir energia, é preciso fazer uma linha até lá. Para nós, essa infraestrutura de transmissão tem sido umdesafio muito grande. shutterstock Aenergia eólica é altamente compatível como gado, como arroz ououtro tipo de agricultura. Éa única forma de produção de energia que não concorre comoutras atividades econômicas

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