RESPM-JAN_FEV 2016

REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRODE 2016 40 PANORAMA da implementação de uma central de comando e con- trole, onde os recursos podem ser eficientemente geri- dos pelo poder público. Mesmo não sendo uma Smart City , qualquer cidade pode contar com elementos que a ajudem a melhorar seu funcionamento e, ao mesmo tempo, minimizemumdos fatores de crise. Alémde ser umforte instrumento emtempos desafia- dores, a inovação tambémé umamola propulsora para o desenvolvimento.AcidadedeSantander, naEspanha, que tem 180 mil habitantes, é um exemplo dessa mudança. Transformou-se em uma Smart City , com a presença de 12 mil sensores conectados a computadores. Toda essa estrutura permite a economia de energia e água, a melhoria do trânsito, entre outras facilidades. Os sen- sores, entre diversas tarefas, medem a poluição do ar e avisam quando as lixeiras estão cheias e precisam ser esvaziadas. Graças à atuaçãodesses dispositivos, alertas de poluição atmosférica são oportunamente emitidos. Ainteratividadedaspessoascomosdispositivosmóveis também é um recurso muito bem explorado no caso de Santander e espelha amobilidadedas comunicações que a sociedade vive atualmente. Cidadãos interagem com o sistema por meio de aplicativos móveis e páginas da web. Épossível encontrar vagas de estacionamento e até mesmo saber quando está por chegar o próximo ônibus à parada. Os benefícios de ter sistemas digitais nas cida- des são palpáveis. Basta verificarmos que emSantander foi registrada uma economia de 25%na conta de energia elétrica e de 20% nos custos de coleta de lixo. A violência é uma das grandes preocupações da sociedade e cresce à medida que a situação de crise se aprofunda, mas que pode ser combatida com o uso da tecnologia. Com o advento das tecnologias Big Data e Analytics e o desenvolvimento de sistemas que uti- lizam estas ferramentas, foi possível avançar muito nesta questão. Umexemplo umpoucomais próximo de nós é a cidade de Tigre, na Argentina, onde foi implan- tado umavançado sistema de segurança que integra as Polícias, a Prefeitura, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e a EmergênciaMédica. A cidade estabeleceu oito comportamentos considerados de risco e, a partir do momento que as câmeras captamuma dessas situações, são emitidos alertas para as autoridades. Emdecorrên- cia desta iniciativa, o roubo de automóveis em Tigre caiu 40%. Este número por si só já é significativo, mas ganha relevância quando o comparamos como nível na Argentina como um todo, que aumentou 6%, e emBue- nos Aires, onde essa modalidade de crime cresceu 7%. Vejo com frequência na televisão autoridades que se comprometem em incrementar o aparato policial nas ruas como objetivo de diminuir a criminalidade. Cada dia mais esse tipo de artifício vem se transformando em desperdício de recurso ou no que costumo chamar de “enxugar gelo”, ou seja, empreender um esforço que não tempossibilidade de chegar ao resultado esperado. Já com a utilização da tecnologia, essas autoridades certamente chegariam ao objetivo commais eficácia. Ações, comoadigitalizaçãodoregistronacional depes- soas, que integra os dados dos cidadãos, por outro lado, são uma importante arma contra a fraude de identifica- çãonos Estados. A transiçãopara omododigital diminui a incidênciadedelitosde falsificaçãonaemissãode regis- trosde identidadeedemaisdocumentos.NoBrasil, aNEC é fornecedora do sistema Afis (Automated Fingerprint Identification System — Sistema de Identificação Auto- mática de Digitais), reconhecidomundialmente como o Atecnologiapode ajudar no tratamento de água, naprevenção adeslizamentos de encostas, namelhoriadas culturas agrícolas, nadetecçãode doenças...

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