RESPM-JAN_FEV 2016
REVISTA DA ESPM | JANEIRO/FEVEREIRODE 2016 44 N oúltimo ranking de competitividade divul- gado pelo Fórum Econômico Mundial, em setembro de 2015, o Brasil se destacou, do pontode vistanegativo, ao registrar amaior queda de participação entre os 140 países analisados. De acordo como levantamento, a nação verde-amarela per- deu 18 posições, recuando da 57ª posição em2014 para a 75ª colocaçãonoanopassado. Tal quedanoscolocouatrás de países comoMéxico, Peru, Uruguai e até Ruanda. No topo do ranking está a Suíça, lídermundial eminovação. Na sequênciavêmCingapuraeosEstadosUnidos. “Aaná- lise mostra que todos os países no topo do ranking têm uma característica marcante em comum: apresentam excelente habilidade em nutrir, atrair, apoiar e desen- volver talentos”, avalia Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação da FundaçãoDomCabral, que é res- ponsável pela pesquisa de opinião entre os empresários brasileiros, e que é utilizada no Relatório Global de Com- petitividade do Fórum Econômico Mundial . Segundoele, aindaque todososoutrospaíses tivessem ficadoparados, oBrasil teria apresentadouma queda sig- nificativa, porqueperdeu sua capacidade competitiva. “O Brasil perdeuparaelemesmo.Acriseeconômicaepolítica que se deteriora desde 2014, associada a fatores estrutu- rais e sistêmicos, comoos sistemas regulatório e tributá- rio inadequados, infraestrutura deficiente, educação de baixa qualidade e baixa produtividade, resulta em uma economia frágil e incapazdepromoveravançosnacompe- titividade internae internacional”, explicaoespecialista. Não por acaso, uma das principais variáveis que aju- darama puxar o índice do Brasil para baixo foi o quesito inovação, no qual o país registrou uma queda de 22 posi- ções. OestudodoFórumEconômicoMundial apontaque nossa capacidade eminovar caiu36pontos eagoradivide a 80ª posição, assim como a qualidade de nossas insti- tuições de pesquisas científicas, que perdeu 30 posições em relação ao índice anterior. Já os gastos em pesquisa e desenvolvimento das empresas (60º lugar) e a procura do governo por produtos tecnológicos avançados (94º) tiveram queda de 17 pontos cada um. “O pilar inovação caiu, principalmente, porque as empresas tendema ado- tar um papel mais conservador em tempos ruins e por causadopessimismodos empresários frente aocontexto atual, que aumentama sua percepção para os problemas dopaís e sentemfalta de soluções que sejamtransforma- doras da sociedade”, avalia Arruda. Mas por que é tão difícil inovar noBrasil?Alguns indí- cios aparecememumestudo recentedivulgadopela IDC, emparceria coma Qualcomm, como objetivo de apon- tar o Índice de Inovação da Sociedade. Nesse ranking, o Brasil aparece com um índice de 46%, empatado com a Argentina e oMéxico. “A ideia desse estudo é analisar a adoção de novas tecnologias para entender o quanto as pessoas, as empresas e o governo estão preparados para compor uma sociedade tecnologicamente inovadora”, OBrasil perdeupara simesmo. Acrise que se instaloudesde 2014, associada aos fatores estruturais e sistêmicos, resulta emuma economia frágil POR QUE É TÃO DI F ÍCI L I NOVAR NO BRASI L
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