RESPM-JAN_FEV 2016
JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 45 detalhaReinaldoSakis, analistada IDC. “Oqueas empre- sas sentem e nós vivenciamos por lidar com números, diariamente, é a falta de profissional qualificado, prin- cipalmente na área de tecnologia, e essa carência está diretamente ligada à falta de preparação do profissional e à baixa qualidade do ensino brasileiro.” E o problema não está na quantidade de verba inves- tida emeducação pelo governo, mas na forma como esse dinheiro é gasto. Dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apontamque aproximadamente 5,82%do PIBbrasileiro são investidos emeducação. Para efeito de comparação,nosEstadosUnidosessepercentualéde5,62%. Do ladoda iniciativaprivada, umdosmaiores desafios apontados pelo estudo é encarar a tecnologia não como custo, e sim como um investimento capaz de melhorar a produtividade. “Notamos que quando essa mudança dementalidade acontece, a empresa se tornamais ino- vadora e rentável. Ainda assim, apenas 27% dos entre- vistados declararam possuir uma política de inovação implantada na empresa.” O estudo apontou ainda que os pontos que mais difi- cultam a inovação no Brasil são a lentidão e a burocra- cia para o registro de marcas e patentes. “A criação e proteção da propriedade intelectual ainda émuito difí- cil, custosa e lenta no país. Um processo que leva, em média, de oito a dez anos, e está longe de suportar a criação e novas tecnologias”, afirma Sakis. “Importan- tes barreiras precisam ser superadas, principalmente na área do governo, que ainda enxerga a tecnologia, os recursos de mobilidade e a internet of things [IoT] como meio de geração de receita. Na pesquisa, os entrevis- tados afirmam que o governo tem mais interesse em usar essas ferramentas para a coleta de impostos e o controle demultas do que para o oferecimento de bons serviços à população.” Diantedessepanorama, a Revista da ESPM foi a campo investigar o que de fato precisaria ser feito para o Brasil passar a ocuparmelhores posições nos rankings interna- cionaisde inovação. Para isso, entrevistamosoacadêmico ClaudiodeMouraCastroeoconsultordeempresasRoberto Gianetti da Fonseca, que concordam, ao menos em um ponto: nós estamos perdendo tempo. E tempoédinheiro! “O Brasil precisa de um governo mais competente, uma burocraciamenos invasiva, umgraumaior de prag- matismo no processo decisório e uma enorme reforma na educação”, assegura Castro. “Se quisermos acabar com essa doença, precisamos nos apressar, sair do comodismo e exigir que o ambiente competitivo predomine em nossa economia. Só assim o Brasil voltará a percorrer o caminho da inovação e do crescimento!”, complementa Fonseca. A seguir, você confere como o universo acadêmico e o mundo empresarial enxergam o problema, e de que forma tanto a academia quanto o empresariado podem contribuir — de maneira decisiva — para transformar o Brasil na tão sonhada pátria inovadora! E S P E C I A L I N O VA Ç Ã O Acarênciade profissional qualificado, principalmente na áreade tecnologia, estádiretamente ligada àbaixa qualidade do ensinobrasileiro shutterstock
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