RESPM-JAN_FEV 2016
JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 55 shutterstock “T ransformar momentos de crise em oportunidades é muito menos uma questão de inovação e muito mais uma questão de coragem, conheci- mento, ou ambos, de quem deveria ordenar essa ino- vação.” Esta tradução livre de uma frase que, depen- dendo da fonte consultada, apresentará um autor diferente é o resumo do momento que vivemos, do ponto de vista de modelos de negócios e da adoção de novas tecnologias. Em tempos de crise, muitas empresas estão fazendo a coisa certa, mas pelomotivo errado. Várias delas, bus- cando reduzir custos, têmenvidado esforços no sentido de substituir processos manuais por sistemas ( leia-se softwares e aplicativos ), que os automatizem e, dessa forma, algumas posições no quadro de funcionários podem ser reduzidas. Sem dúvida que em um país com a carga tributária sobre empregados figurando entre as mais altas do mundo, esse caminho significa grandes impactos nos objetivos de redução de despesas de qualquer negócio. Acontece que existem nesse caminho dois equívocos de princípio: • 1. A funçãodo gerente é tornar a empresaomais eficiente possível sempre, não só em tempos de crise. Isso significa que, se as posições puderam ser reduzidas com a implan- tação de sistemas de automatização, essa ação deveria ter sido tomada antes. • 2. Sistemas devem ser implantados para que a empresa gere valor aos seus consumidores e não para a redução de gastos. Isso é, inevitavelmente, reduzir os ganhos de sua implantação. Dessa forma, uma vez que omovimento para adoção de tecnologias de ponta é inexorável e passa a ser tam- bémurgente, surgemalgumasquestõesdeordemprática, como, por exemplo: qual ou quais tecnologias devo ado- tar?; minha empresa está preparada para integrar essas tecnologias aos processos atuais?; qual o “caminho das pedras” para essa adoção? — e, talvez, a pergunta mais importante: qual o impacto dessas tecnologias no meu modelo de negócio?. As respostas para estas perguntas não são simples, tampouco únicas e padronizadas. Todavia, há, sem dúvida, alguns pontos que podem servir para iniciar uma discussão interna sobre o tema. Considerando o foco de adoção da tecnologia para geração de valor, deve-se levar emconta oque os seus consumidores estão esperando dos seus produtos ou serviços, do ponto de vista tecnológico. Não importa se o seu produto é um bem de consumo de massa ou uma peça para turbinas de jatos executivos; o que se pode afirmar com certeza é que emmais de 80% dos casos os seus consumidores irão buscar informação sobre ele na internet. Outra certeza quase absoluta é a de que, para esses consu- midores, tempo é um recurso extremamente raro e, portanto, caro. Assim, a segunda pergunta, aquela que pretende identificar se a sua empresa está preparada para adotar novas tecnologias, talvez seja a menos complicada de responder e eu até arriscaria dizer que há uma grande probabilidade de que não esteja! E não é que eu seja vidente ou esteja espionando sua empresa. É que os dados apontampara isso. Apesquisa TICnas empresas, realizada anualmente pelo NIC.br (braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil), mostra que 30% das empresas do Brasil não têm sequer umwebsite. Em empresas de grande porte (commais de 250 funcioná- rios), esse índice é de 13%. Mais da metade das empre- sas do Brasil (54%) não está presente emnenhuma rede social. Ora, como você pode estar preparado para ado- tar qualquer tecnologia de informação e comunicação (TIC) se você não existe? Possivelmente vocêdeve estar pensando: “Nãoexisto? Como assim, não existo? Minha empresa está há mais de ‘xis’ anos no mercado...”. Então, vamos à explicação. Basta você analisar os seguintes dados: • 53% dos consumidores brasileiros são jovens (até 35 anos), as chamadas gerações Y e Z. • 22% deles fazem a maioria de suas compras exclusivamente pela web. • Daqueles que compram em lojas físicas, 70% visitam o website da empresa em busca de informações sobre os produtos (este índice chega a 85% em compras corporativas). • Há entre esses consumidores uma redução dramática do consumo de informação e entretenimento impresso
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