RESPM-JAN_FEV 2016

JANEIRO/FEVEREIRODE 2016| REVISTADAESPM 63 índice de 79% de foco total no consu- midor, incluindo seus ambientes in- ternos. O que isso significa em termos práticos para as corporações? Tomiya — Significa que vivemos momento crucial para as empre- sas brasileiras. Antes se produzia alguma coisa, dentro de uma con- corrência limitada, depois se via o canal e a distribuição dos produtos. Empresas orientadas ao consumi- dor não ficam só no ganho finan- ceiro. Elas começam a ter um valor muito mais elevado. Um exemplo: viajo muito de avião. Muitas em- presas aéreas, como a TAM, se di- zem orientadas ao consumidor. No meio da viagem passa um carrinho abastecido de comes e bebes. Para quem? Os tripulantes. E os passa- geiros como ficam? Às vezes, utili- za-se um discurso de benefício ao consumidor que não se traduz na prática. Há diferença muito grande em relação às empresas overperfor- mers estrangeiras na comparação com as companhias da América do Sul, conforme a pesquisa apontou. Revista da ESPM — Os números mostram essa enorme diferença. Na América do Sul, os resultados de foco no consumidor despencam para 29%. Como está o Brasil nesse contexto? Tomiya — Voltamos ao ponto ini- cial: alguns segmentos não são totalmente abertos, mesmo após o aumento recente de concorrência. Por exemplo, o Uber até agora não tem regulamentação. Isso faz com que as empresas não se orientem pa ra o correto atendimento ao consumidor. O mercado não é tão sofisticado quanto o americano. Diferença do consumer centricity : 91% das empresas americanas es- tão integradas a ele. As empresas brasileiras não veem necessidade de integração a esse sistema, só 30% delas. Há um largo caminho no Brasil para buscar resultados. Revista da ESPM — O Brasil, pelos dados da pesquisa, está melhor ou pior? Qual sua avaliação? Tomiya — O Brasil não está em boa posição. Ficamos muito abaixo das overperformers . Para que isso mude, o comprometimento começa pelas lideranças. O valor do marketing está na marca. Para isso é preciso estabelecer métricas. Lideranças conscientizadas saem do foco para dentro da empresa e concentram energia no exterior. O CEO deve orientar o negócio para atuação externa. Revista da ESPM — A relação das empresas mais bem-sucedidas apon- ta um índice de 80% de conexão entre o propósito de marca e a estratégia da empresa. Embora pareça alto, esse resultado mostra um gap de 20%. Temos muito ainda a evoluir num cenário até 2020? Tomiya — Cerca de 80% estão focan- do na marca e 20% não. Os resulta- dos mostram que as overperformers que focam na marca faturam três a quatro vezes mais que as outras, as Aatitudedos millenials estámostrandonovascoisas. Vocênãodeve falar nas vantagensevirtudesdeumcarroquandoa tendênciaé ir debicicletaao trabalho shutterstock

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