RESPM JUL_AGO 2016
entrevista | Gustavo Loyola Revista da ESPM | julho/agostode 2016 14 Revista da ESPM — A Tendências é uma das mais antigas consultorias do mercado brasileiro e conquistou uma imagem muito consolidada nos meios de comunicação como referência em estudos econômicos. Mas o público em geral conhece pouco as principais áreas de atuação do negócio. Quais são os serviços prestados por sua consultoria? Gustavo Loyola — A primeira área, pela qual somos mais conhecidos, é a macroeconômica. Nós produzimos análises da conjuntura econômica e projetamos cenários macroeconômi- cos para oBrasil. Nessa áreanós temos produtos seriados e outros serviços eventuais, comopalestras e apresenta- ções, ou algo mais customizado, estu- dos mais específicos solicitados pelos clientes. Outra área é a de estudos setoriais. Produzimos diversas análi- ses regionais, sobre evolução do PIB e renda, além de estudos solicitados por clientes, como evoluçãodos custos de insumos, projeções de mercado e de demanda e avaliação de produ- tos. Aqui, nós trabalhamos com uma ferramenta chamada “cenários ma- crossetoriais”, na qual combinamos informações da conjuntura econômi- ca com um determinado setor. Nós usamos muitos dados proprietários das empresas para ajudar na avaliação de demanda e evolução de custos. Isso tem sido muito útil para as empresas trabalharem seus orçamentos e o pla- nejamento estratégico. Revista da ESPM — E quais são as outras duas áreas da consultoria? Loyola — Temos uma terceira área que trabalha com pareceres econô- micos e projetos específicos sobre a demanda de determinados seg- mentos. Analisamos projetos sobre retorno de investimentos, avaliação de empresas e produzimos estudos específicos na área de regulação. Avaliamos o risco de determinados negócios com os órgãos, como o Conselho Administrativo de De- fesa Econômica [Cade]. Também avaliamos questões regulatórias em setores como energia elétrica, óleo e gás, telecom, concessões e propostas de Parcerias Público-Pri- vadas [PPPs]. Entram nessa área os contenciosos judiciais, como arbi- tragem, e contenciosos administra- tivos no Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários [CVM], entre outros. Por fim, temos a área de es- tudos de M&A [fusões e aquisições, do inglês], valuation [avaliação de ativos] e análises ainda mais espe- cíficas. Então, nós somos um super- mercado com diversas soluções de estudos na área econômica. Nós só não atuamos na parte da gestão das empresas. Somos mais uma ferra- menta para a tomada de decisão dos gestores. Revista da ESPM — Qual é o perfil da equipe da Tendências? Loyola — Temos uma equipe fixa que emprega economistas em vá- rios pontos diferentes da carreira. A maioria com pós-graduação e dou- torado, mas também economistas juniores e estagiários que acabamos formando. Em alguns casos, nós usamos consultores externos de alto nível e estudos bem específicos. Mas grande parte do trabalho é feita por uma equipe residente, compos- ta por 70 pessoas. Revista da ESPM — O Brasil é um país de grande imprevisibilidade econômica e isso faz com que proje- ções bem embasadas se tornem um ativo valioso. No contexto da crise atual, como fica o relacionamento com os clientes? Loyola — Na crise, nós somos uma espécie de vendedor de lenços, por- que os clientes trazem muitos dos seus problemas para nós e pedem a nossa ajuda. Existe pressão por todos os lados, começando pela queda de receita. Existe uma grande pressão de custos também. Tivemos inflação alta por um período longo e mudanças na faixa de câmbio. Temos ainda a questão do endivi- damento de muitas empresas, em várias situações em moeda estran- geira, o que torna a situação difícil para alguns clientes. O que eles que- rem, em resumo, é avaliar melhor a projeção de demanda, gerenciar o problema de custos e alongar ao máximo o pagamento de suas dívi- das e compromissos financeiros. Na linha da receita, a procura é por oportunidades com produtos de maior perspectiva de crescimento, exportações e importações. Nós somos umsupermercado comdiversas soluções de estudos na área econômica. Sónão atuamos na parte da gestãodas empresas. Somosmais uma ferramentapara a tomadade decisãodos gestores
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