RESPM JUL_AGO 2016

posicionamento Revista da ESPM | julho/agostode 2016 42 Tãograndequantoadiversidadedademandadeserviçosé adiversidadedeconsultoresqueoferecemseuspréstimos. Voltando às consultorias abrigadas na estrutura aca- dêmica do ensino superior, pontuamos a seguir as fun- ções da educação superior e seus reflexos na atividade de consultoria. Vamos tomar como ponto de partida a Lei 9.394/1996, que regulamentou em seus 92 artigos a educação superior noBrasil. Citada por ArnaldoNiskier, no livro Filosofia da educação: uma visão crítica (Edições Loyola, 2001), a lei — emseu capítulo IV — detalha a fina- lidade desse segmento educacional: • I. estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; • II. formar diplomados nas diferentes áreas de conhe- cimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; • III. incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cien- tífica, visando ao desenvolvimento da ciência e tecnolo- gia e à criação e difusão da cultura e, desse modo, desen- volver o entendimento do homem e do meio em que vive; • IV. promover a divulgação de conhecimentos culturais e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; • V. suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente con- cretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; • VI. estimular o conhecimento dos problemas domundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com ela uma relação de reciprocidade; • VII. promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e a benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica gerada na instituição. Percebe-se claramenteoeixo temáticode ensino-pes- quisa,expressoemperspectivasvariadasecomplementares, e suadestinaçãoà sociedadeemgeral, naqual se inserem osdiferentesmercadoseorganizações.Oambienteacadê- micoépordefiniçãoeorigemoespaçodainvestigaçãoeda construçãodoconhecimentoemtodas as suas vertentes, sobretudoemsuavertentepráticae instrumental. Énesse ambienteque seconjugaadiversidadedeespecializações coma integraçãodos saberes, possibilitando,maisdoque qualqueroutroespaçoinstitucional,ainterdisciplinaridade e a complementaridade de competências. Evidentemente essa característica intrínseca ao con- textoacadêmicovocaciona fortementeseusprofissionais aomercadodeconsultoria.Ganhamaior relevânciaainda quandoainstituiçãodeensinopossuireputaçãodealtovalor, por meio de atributos de qualidade de seu corpo docente e corpodiscente e de sua imersãona cultura demercado. A lógica que permeia o processo de consultoria é a mesma presente no processo de pesquisa e ensino, bem como o objetivo de fundo da aprendizagem, que se con- figura emambas as atividades consideradas. Nãoéporacasoquemuitosconsultores,mesmoaqueles empregados emconsultorias empresariais, são também professores de instituições de ensino superior. Ahistória da administração está repleta de exemplos de teorias, instrumentos e práticas que nasceram no ambiente educacional e ganharama adesão das organi- zações numprocesso de inovação emelhoria contínuas que retroalimenta as pesquisas acadêmicas, numcírculo virtuoso de criatividade e desenvolvimento. A conexão escola-mercado Quando se avalia a prática das escolas de forma abran- gente, é comumsurgiremcríticas relativas ao distancia- mento entre as escolas e omercado de trabalho. Muitos são os aspectos envolvidos no teor dessa crítica e não cabe no propósito da presente reflexão discuti-los. Pode- se, contudo, admitir a pertinência dela, constatando-se que no mínimo é preciso intensificar a indispensável conexão escola-mercado. Nesse sentido uma trajetória desejável ao fortaleci- mento da referida conexão é a inserção das instituições de ensino superior nos serviços de consultoria, fortale- cendo a divulgação e integração de conhecimentos téc- nicos, a investigação e solução de problemas domundo

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