RESPM JUL_AGO 2016

julho/agostode 2016| RevistadaESPM 71 shutterstock A s decisões organizacionais são tomadas no presentepara surtiremefeitosno futuro. No entanto, o futuro é desconhecido e incerto. As condições demercadoque encontramos hoje, seja na economia, seja na política, provavelmente não serão asmesmas amanhã. As incertezas associadas aosnegócios geramnas organizações uma grandeneces- sidade de adaptação que envolve a criação de técnicas e ferramentas gerenciais para lidar comesse ambiente. O planejamento estratégico orientado por cenários é uma abordagem desenvolvida para lidar commomentos de grande incerteza. As organizações que utilizam cená- rios emsuas estratégias podemavaliar novas situações e se prepararemcontra efeitos adversos decorrentes de mudançasnoambiente. Paraqueumdeterminadoprojeto organizacional traga os resultados esperados, as ocor- rências de eventos futuros devemser antecipadas, e até precificadas em termos econômicos, emvalores do pre- sente, considerandoaspossíveismudançasnoambiente. Otermo cenário faz parte do cotidianodos gestores em suas tomadas de decisões emdiversos setores da econo- mia e tem sido cada vezmais utilizado tanto nas estraté- giasorganizacionaisquantonadefiniçãodeplanosdeação paraoenfrentamentodeuma situaçãoadversaounopro- cessodedecisãode investimentos.Ousodeplanejamento estratégicoorientadoporcenáriosvisamelhoraracompre- ensãoa respeitode comoumambientede incertezaoude altavolatilidadepodeafetarosnegóciosdasorganizações. No passado, “cenário” remetia à ideia de algo futurís- tico e sem aplicação prática. No entanto, abordagens estruturadas que consideram a análise de cenários têm sido cada vezmais incorporadas ao planejamento estra- tégico, pois as organizações estão expostas a diversos fatoresexternosdedifícil controle.Dessa forma, acriação de cenários ajuda a organização a entender os possíveis impactos das variações possíveis emseu desempenho. Esse tipo de abordagemfoi utilizado pela primeira vez por volta da década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, para análise de estratégias militares de aloca- ção de recursos. Nos anos de 1980, ela se popularizou, depois que a Shell a utilizou para identificar oportunida- des de investimentoe tambémsepreparar para interrup- ções de tendências como a crise do petróleo ocorrida na década de 1970. Assim, a Shell foi capaz de se antecipar à redução na produção do petróleo, o que proporcionou uma vantagemcompetitiva emrelação a seus rivais que não estavampreparados para amudança de tendência. Hoje, organizações privadas e instituições públicas consideramcenários emsuas tomadas de decisões e ela- boração de políticas públicas, respectivamente. Oplane- jamentoorientadopor cenáriosnãoé simplesmenteuma previsão sobreocorrências futuras combasena imagina- ção ounas crenças humanas. Oplanejamento orientado por cenários envolve umentendimento das condições e fatores de impacto organizacional emum ambiente sis- têmicoede futurodesconhecido comoauxíliode lingua- gens matemáticas e computacionais para a criação des- ses cenários. Dessa forma, o conjunto de cenários deve ser elaborado dentro de um contexto organizacional. E esse contexto prevê a participação de especialistas ou

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