RESPM JUL_AGO 2016

83 julho/agostode 2016| RevistadaESPM — de consultoria. Mas a percepção geral é a de que tudo entra como con- sultoria e embaralha um pouco as estações. Por isso acreditamos que a regulamentação profissional seja importante. Revista da ESPM — Que tipo de regu- lamentação a Abracem propõe para a profissão de consultor? Medeiros — Estamos trabalhando nisso. Neste segundo semestre, va- mos convidar os consultores asso- ciados para nos ajudar a redigir um marco regulatório. Escutaremos os profissionais para montar um código profissional com práticas aceitáveis de ética, entre outras coisas. Quere- mos oferecer aos consultores mais do que uma titulação apropriada. Nosso objetivo é obter o reconhecimento como profissão. Por isso vamos pedir a opinião dos consultores e fazer um levantamento amplo de informações para elaborar uma boa proposta de regulamentação. Revista da ESPM — Vivemos numa época de muita flexibilização do merca- do de trabalho. Não haveria o risco de engessamento da atividade com mais regulamentações? Medeiros — Estamos empenhados em manter o espírito de inovação. Esse é o desafio: construir sem en- gessar. Flexionar, mas sem perder a identidade do indivíduo. Nada de viés sindical. Não é o nosso caso. Revista da ESPM — Em termos de ética, quais são os princípios funda- mentais que devem reger a atividade de consultor? Medeiros — O primeiro ponto fun- damental é entregar aquilo que ele realmente vendeu. Em segundo lugar, é preciso saber se apresentar, não no sentido de falar bonito e fazer discur- so, mas de deixar claro o seu papel e o que você pode fazer para acelerar os resultados do seu cliente. Terceiro: não canibalizar o trabalho dos outros dentro do ramo. Precisamos manter uma atitude colaborativa comcolegas, dentro de um processo ganha-ganha. Uma rede colaborativa, ativa e compe- tente pode suprir muitas deficiências para as empresas. Revista da ESPM — A pequena em- presa tem dificuldades em entender o trabalho de consultoria? Que elementos identificamum bom consultor? Medeiros — Nós trabalhamos com uma figura tridimensional, chamada de cubo de competência. Em primeiro lugar, está a competência propriamen- te dita: identificar oproblema do clien- te e apresentar soluções. Para isso o consultor precisa mostrar as habilida- des necessárias. Ele não precisa ser, necessariamente, entendido na área em questão, mas deve ter uma visão holística para atender aquele caso es- pecífico. Em segundo lugar, vem a re- putação. Quais as referências que ele tem no mercado? Quais valores esse consultor oferece? Por último, vem a sua visibilidade. Como ele se comuni- ca e administra essa rede de contatos e clientes? Esses três aspectos for- mam uma tríade essencial, indispen- sável para o consultor: competência, reputação e visibilidade. Você pode ser um consultor competente, mas ter uma péssima reputação ou não ser devidamente reconhecido. O desafio está emcompor esse equilíbrio. Revista da ESPM — O que os clientes mais reclamam e o que mais elogiam no trabalho do consultor? shutterstock Vocêpodeser umconsultor competente,mas ter umapéssima reputaçãoounão ser devidamente reconhecido. Odesafioestáemcompor esseequilíbrio

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