RESPM JUL_AGO 2016

entrevista | CARLOS MEDEIROS Revista da ESPM | julho/agostode 2016 84 Medeiros — É sempre difícil medir as dores e os ganhos com a consulto- ria. A principal questão é a entrega. Muitas vezes, o cliente reclama de que o acordado não foi executado. Ele reclama da não correção do que foi combinado. Por isso o consultor precisa extrair de seu cliente exata- mente aquilo que ele necessita. Ou seja, é preciso identificar a necessi- dade básica do cliente. Ele não deve trabalhar comobjetivos globais, mui- to vastos, como abordar de maneira aberta o aspecto contábil, previden- ciário, fiscal, tributário e trabalhista, por exemplo. Isso é um mundo de coisas que não leva a lugar nenhum sem um trabalho muito pontual e bemdemarcado. Revista da ESPM — Como vocês definem quem é um consultor autô- nomo? Medeiros — Na maioria dos casos, o consultor é um autônomo mesmo, mas pode ir de um a cinco emprega- dos contratados. Esse grupo forma quase 70% do mercado. O que define o consultor autônomo é não ter vínculo empregatício com qualquer firma ou organização. Ele é inde- pendente e pode prestar serviços a vários clientes sem se vincular a nenhum deles. Revista da ESPM — Qual é o perfil do consultor associado à Abracem? Mais sênior? Há cada vez mais jovens na atividade? Medeiros — Conforme nossa experi- ência, a maioria do nosso público é de jovens entre 25 e 35 anos. Depois temos um grupo mais sênior, na faixa dos 45 a 50 anos. Nesse perfil jovem, a ascensão é muito grande, por causa do empreendedorismo. Os mais experientes, que vêm da geração profissional dos anos 1980, têm um perfil muito clássico. Os jovens visam mais à inovação. São papéis complementares. O consul- tor sênior tem mais experiência adquirida, mas precisa acelerar a sua atualização. A faixa nova está abocanhando mais clientes. Revista da ESPM — Quais as van- tagens de contratar consultores inde- pendentes em vez das grandes con- sultorias clássicas, que têm estrutura para grandes projetos e mais experiên- cia de mercado? Medeiros — As empresas que já estão consolidadas já nem são mais consultorias. Elas gerenciam uma folha de pagamentos. Se o profissional não tem um projeto já terminado, fica como stand-by à disposição da empresa. Ponto negativo delas, em minha opinião: não conseguem acompanha r a evolução do mercado e as novas fer- ramentas. Estão presas a relaciona- mentos longos com seus clientes e há muito jogo de interesses. Nisso, o ponto positivo para as indepen- dentes é poder prospectar várias empresas. Elas têm mais liberdade de opinar, de não dizer exatamente o que o cliente quer ouvir, mas do que ele realmente precisa. É mais fácil para um consultor indepen- dente falar do que uma empresa de consultoria engajada internamente na empresa. Ele pode e deve pôr o dedo na ferida. shutterstock Váriasconsultoriasdabasedapirâmide têmfoconoempreendedorismo. Hoje, aboladavezsãoaspequenasemédiasempresas

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