RESPM_MAR_ABR 2016

março/abril de 2016| RevistadaESPM 17 deles profundamente enraizados. Olhando de fora, admiro a força, a re- sistência e a coragem do movimento anticorrupção. Claro, algumas des- sas lideranças têm os seus próprios objetivos políticos, mas criar uma política econômica limpa do ponto de vista ambiental é cada vez mais re- conhecido como vital para assegurar a transição a padrões mais susten- táveis do desenvolvimento. Quando existe maior confiança no sistema, as empresas ficam mais preparadas para reconhecer que os controles são necessários e devem ser implementa- dos de forma justa e eficaz. Revista da ESPM — O conceito da “economia da escassez” vem ganhando cada vez mais força no pensamento econômico projetado para as próximas décadas. Isso implica oferecer mais qualidade de vida aos seres humanos, com recursos mais limitados. Em resu- mo, uma sociedade menos consumista. Nosso modelo socioeconômico está pre- parado para essa mudança? Elkington — Não. Ele é projetado hoje para entregar quase o oposto disso em termos de resultados, promoven- do uma curva de crescimento linear no lugar de uma economia cada vez mais circular. Mas este é o momento de construção dessa agenda e vi- são de economia circular, e há um número crescente de empresas já envolvidas. Quando elas começarem a pressionar os governos, juntamente com as ONGs e outros atores-chave, o ritmo de mudança crescerá. Mas re- conheço que são desafios sistêmicos muito duros e que podem levar déca- das para ser resolvidos. Revista da ESPM — Em 2050, ha- verá mais três bilhões de pessoas no planeta vivendo praticamente em cida- des. Será possível resolver o problema da energia e dos alimentos que serão necessários, sem fazer novas agressões ao meio ambiente? Elkington — Um passo crucial será a mudança para dietas com baixo consumo de carne. As tendências vão muito para o sentido oposto. Mas, a menos que possa retardar e reverter o consumo mais elevado de carne, não será possível conter o desmatamento e a desestabilização do clima. Revista da ESPM — Como será a vida no planeta em2050? E que papel as em- presas deverão desempenhar neste novo mundo que nos aguarda, para atender às demandas de energia e alimentos? Elkington — Eu terei 101 anos em 2050 e alimento grande esperança de não estar mais por aqui. Um mundo com mais de dez bilhões de pessoas é algo que parece irre- conhecível para a minha geração. Será um mundo em que as novas gerações de inovadores, empreen- dedores, investidores, decisores po- líticos e educadores terão de traba- lhar duro para buscar soluções aos desafios sinalizados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e no acordo da COP-21. E eu não quero estar no caminho deles! Dito isto, nas visitas que faço como professor, em várias universidades, espero ter ao menos uma pequena influência sobre o pensamento de parte dessas pessoas (embora com a mesma frequência eu tema que o processo funcione na outra direção). latinstock AProjectBetterPlace foi criadapelomilionárioShai Agassi, em2007, paraoferecer postosdeabastecimentodeenergiaelétrica.Masa iniciativa fracassou

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