RESPM_MAR_ABR 2016

Revista da ESPM |março/abril de 2016 28 Sociedade paratanto.Asoluçãodosproblemasdaconcentraçãodemo- gráfica começa aí, para garantir o equilíbrio do tripé da eficiência. Semissonãohá segurança aos investimentos, coordenação das áreas e integração de seus propósitos. Quandoplanejamoshabitabilidade,porexemplo,vislum- bramos que asmoradias, combaixo consumode energia e condiçõesdignas,ouestejampróximasdoscentrosdetraba- lhoeofertasdeconsumoelazer,ousejamservidasportrans- portespúblicoseficientes, rápidos, seguroseconfortáveis. Na mobilidade urbana, a prioridade deve ser o trans- porte coletivo de passageiros, comgestão integrada dos modais, hierarquizada, comsistemas estruturantes ali- mentados pelos de menor capacidade, de forma tronca- lizada, emque eixos demaior demanda são servidos por meios de maior capacidade, e complementar, nos quais coexistam, de forma harmônica, trens metropolitanos, metrôs, ônibus, vans e automóveis, suportados aindapor semáforos inteligentes. No transporte sobre trilhos, esse deficit é ainda mais aparente. Das 63 regiões metropolitanas do Brasil, 12 transportampessoas em trens. Omodal foi responsável pelo transporte de cerca de 3 bilhões de passageiros no anopassado, oumaisde10milhõespor diaútil.Osistema retirou 1,1 milhão de carros e 16 mil ônibus por dia das ruas do país, otimizando o uso do espaço urbano e redu- zindo a emissão de gases poluentes. Uma composição ferroviária, que corresponde a 84 automóveis e 16 ônibus, transporta 60mil passageiros por hora, enquanto o ônibus leva 6,7 mil e o carro, 1,8 mil. O trem emite 60% menos gás carbônico do que o carro e 40% menos que o ônibus. Recuperar ocrescentedeficit de infraestruturas requer investimentosdegrandeporte.Ospoderespúblicos, isola- damente,nãoconseguemenfrentaressedesafionotempo devido. Cabe, então, a eles planejar no longo prazo, dese- nhandoarcabouços legais e regulatórios que transmitam segurança aos investidores, comaporte de garantias que mitiguemos riscos dos negócios. Entra aqui, além do esforço comum por mudança nos aspectos culturais próprios ao nosso país e incen- tivando cada vez mais a participação do investimento privado em infraestruturas, a criatividade de engenha- rias financeiras, commodelagemde operações urbanas, emissão de títulos públicos municipais ou debêntures de infraestrutura que permitam captar recursos, diga- mos, da valorização de áreas beneficiadas comestações de metrô, praças e parques revitalizados. Se não há recursos públicos suficientes, é preciso construir alternativas de financiamento privado para as obras de infraestrutura. Omercadofinanceiro brasileiro tem liquidez suficiente para viabilizar projetcs finances dessa magnitude. Precisamos redirecionar os investi- mentos à iniciativa privada de forma atrativa e segura. Exemplodessacriatividadepoderiaseravançarmosnos estudos evolutivos de modelos já consagrados, como as Oconceitode cidades eficientes se apoia no tripé habitabilidade, eficiência e sustentabilidade, gravitando emtorno de umcentrode gestão e controle

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