RESPM_MAR_ABR 2016
março/abril de 2016| RevistadaESPM 29 No ano passado, o tremfoi responsável pelo transporte de cerca de 3 bilhões de passageiros noBrasil, oumais de 10milhões por dia útil. Osistema retirou1,1milhão de carros e 16mil ônibus por dia das ruas do país Parcerias Público-Privadas (PPPs) clássicas, para projetos brownfield ,deconcessõesprivadasemcurso,acrescentando um “P” à equação, tornando-a “4Ps”, parceria privada-pri- vadacomgarantiaspúblicas.Umaevoluçãode“leasing”dos ativos, de formaqueumasociedadeprivadapossa investir emoutra, jáconcessionária,masse resguardandodeparte das garantias públicas já concedidas oucomplementares. Formulaçõesdessanaturezapermitiriamalavancaracapa- cidadede investimentoprivadosemmaiorendividamento do concessionário original ou aporte público. Outros casosmostramcomo capitalizar perdas trans- formadas em investimentos para solução de problemas do deficit de infraestruturas. O governo do Estado de São Paulo estima perdas financeiras com acidentes de trânsito, poluição e engarrafamentos na capital pau- lista em R$ 4,1 bilhões por ano. O Instituto de Estu- dos Avançados (IEA) da USP calcula um total de R$ 3,3 bilhões, computando o tempo perdido no trânsito com os engarrafamentos, além de custos logísticos, despe- sas com combustíveis, custos de produção e perdas de consumo e produtividade. O IEA estima que, na média, os paulistanos perdem 240mil horas por ano no trânsito, alémde 200milhões de litros de gasolina e etanol e 4milhões de litros de óleo diesel. Quando se contabiliza o que as pessoas deixam de produzir, retidas no trânsito, como fez o relatório State of the World’s Cities da ONU, chegamos à cifra de R$ 40 bilhões, só em São Paulo. No país inteiro, a Fun- daçãoDomCabral estima que as perdas superemR$ 100 bilhões. A inteligência financeira está em como trans- formar parte dessas perdas bilionárias em investimen- tos para a solução desses problemas. Por fim, a operação de infraestruturas não tem razão social ou econômica em mãos públicas. A concessão das operações e projetos em parceria com a iniciativa privada devem nortear esse planejamento. Dispomos, no Brasil, de experiências exitosas da administração privada de hospitais, presídios, estradas, mobilidade urbana, iluminação pública e tantas outras. As cidades precisam expressar qualidade de vida e inclusão social, atributos que as intensificamcomo cen- tros irradiadores dehiperatividades econômica, cultural, social, de entretenimento, lazer etc. Tudopara proporcio- nar a seus habitantes ou visitantes — todos contribuin- tes, eleitores e cidadãos — saúde, educação, segurança, mobilidade, enfim, dignidade. Renato de Souza Meirelles Engenheiro civil, com especialização em administração e finanças, e presidente da CAF Brasil Indústria e Comércio S.A. Uma composição ferroviária transporta 60mil passageiros por hora, enquanto o ônibus leva 6,7mil e o carro, 1,8mil shutterstock
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