RESPM_MAR_ABR 2016
        
 março/abril de 2016| RevistadaESPM 31 Oinvestidoréograndecara! Por Alexandre Teixeira Foto: Divulgação S oniaConsiglio Favaretto, diretora de imprensa e sustentabilidade daBM&FBovespa, é uma referência em boas práticas socioambientais no setor financeiro. Antes de chegar àBolsa, emnovembrode 2009, ela ocupouposições semelhantes no ItaúUni- banco, na Febraban e no já extinto BankBoston. Pós-graduada emcomunicação cor- porativa pela ESPM, Sonia também é superintendente do Instituto BM&FBovespa. No início demarço, coube a ela anunciar os novos objetivos estratégicos do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa, o ISE, com intuito de torná-lo ainda mais relevante para o mercado. Uma das intenções é criar incentivos para atrair mais companhias para a listagemno índice, que é voluntária. Outra, estimular o lançamento de novos produtos ligados ao ISE, sobretudo fundos. Mais relevante ainda émostrar à sociedade o poder transformador que omercado de capitais pode ter. “Para gerarmudançana empresa, omotor é o investidor”, afirma Sonia. Lançado em 2005, o ISE foi financiado pela International Finance Corporation, braço financeiro do Banco Mundial. O índice permite uma análise comparativa do desempe- nho das empresas listadas na Bolsa sob o aspecto da sustentabilidade corporativa com base em quatro princípios: eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. De dezembro de 2005 a fevereiro de 2016, o ISE acumulou rentabilidade de 149,28%. No mesmo período, o Ibovespa, principal referência da Bolsa, subiu 60,71%. Além do desem- penho superior, a carteira que reúne as empresas commelhores práticas de sustentabili- dade tem volatilidade menor. Ou seja, implica menor risco que o Ibovespa. Mesmo assim, menos de 1% do volume de recursos alocados em fundos de ações no Brasil vai para fun- dos de sustentabilidade. Na Europa, são cerca de 17%. Nos Estados Unidos, até 13%. Desde 2005, o ISE vinha ganhando cada vezmais participantes até atingir o pico de 40 empresas em 2014 e 2015. Em 2016, o número caiu para 35. Gerdau, Sabesp e Vale estão entre as companhias que deixaramo índice. Amineradora, que representava omaior peso do ISE, deixou de ser listada após a tragédia da Samarco, sua controlada. A retração econômica esfriou o interesse dos investidores pelo ISE. Sonia, porém, entende que essa flutuação não caracteriza retrocesso. “É o retrato do período”, nota ela. “A barra está subindo rapi- damente e, mesmo mantendo as suas boas práticas de um ano para o outro, nem todas as empresas conseguem acompanhar o ritmo de seus pares.”
        
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