RESPM_MAR_ABR 2016

entrevista | Sonia Consiglio Favaretto Revista da ESPM |março/abril de 2016 34 mento significativo. Nem dimi- nuição tampouco, o que pode ser um bom sinal. Mas o investidor começa a verbalizar seu interesse pelo ISE. A perguntar, por exem- plo, por que determinada empresa está no ISE. É um investidor mais ativista, talvez. Revista da ESPM — Ativista, mas institucional, certo? Falta um ama- durecimento da sociedade para termos investidores pessoas físicas conscientes como temos consumido- res conscientes? Sonia — O investidor é o grande cara! Para gerar mudança na empre- sa, o motor é o investidor. É isso o que a gente tem percebido. Mais até do que uma manifestação da socie- dade civil. Revista da ESPM — Não tenho dúvida do poder de fogo que o inves- tidor tem para promover a mudança, mas, na prática, o investidor aqui no Brasil tem sido esse agente de trans- formação? Sonia — Menos do que gostaríamos. No Brasil, todos os principais fun- dos de pensão têm aderência ao PRI, que é a referência da ONU. Agora, práticas mesmo, na medida que prega o PRI, eles não têm. Poderia ser feita mais pressão? Sem dúvida, poderia. Revista da ESPM — Os investido- res ativistas que cobram governan- ça das empresas têm tido sucesso há anos. Esse tipo de ativismo ain- da não é verificado em questões de sustentabilidade? Sonia — Vindo de fora, sim. A Bolsa recebe muitas cartas de investido- res preocupados. Aqui no Brasil, ainda é um pouco mais tímido. Há uma iniciativa na ONU chamada Sustainable Stock Exchanges (SSE) que vem fazendo um trabalho fe- nomenal desde que foi criada, na Rio+20. A BM&FBovespa é signatá- ria fundadora. Hoje já são 48 bolsas signatárias. Revista da ESPM — Em que contex- to nasceu o ISE? Naquele momento, pouco mais de dez anos atrás, quais eram as ideias por trás da criação de um índice de sustentabilidade no Brasil? Sonia — O início dessa história mostra um pioneirismo importan- te do Brasil, porque a demanda O investidor é o grande cara! Para gerar mudança na empresa, omotor é o investidor. É isso o que a gente tempercebido.Mais até do que umamanifestação da sociedade civil

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