RESPM_MAR_ABR 2016

Revista da ESPM |março/abril de 2016 42 panorama uma enorme dificuldade imposta pela natureza: as suas características tropicais. Ser um“país tropical” enseja a possibilidade de colher duas ou mais safras dentro de um mesmo ano grego- riano. Este é o bônus de que desfrutamos. Por outro lado, há de conviver com o ônus que expõe as lavouras ao ataque permanente de pragas, principalmente inse- tos. Essa é uma realidade comum no campo que, hoje, está sendo tristemente conhecida nos meios urbanos devido à proliferação do mosquito Aedes aegypti . Para controlar insetos e demais pragas que atacam as plantações, os agricultores recorrem a diferentes manejos, sistemas de cultivo e tecnologias. As formas de plantio são diversas: agroecologia, biodinâmica, hidro- pônica e as duasmais utilizadas — orgânica e convencio- nal. A recomendação da pesquisa é para que o agricul- tor recorra sempre ao manejo integrado das diferentes técnicas para o eficiente controle das pragas. No plantio convencional, os produtores lançammão da tecnologia dos defensivos agrícolas visando à eficiência na defesa da planta e melhores resultados na colheita e na oferta de alimentos. Defensivos agrícolas são como remédio para as plantas. Atuam de forma ou preventiva — hoje, potencializada com o advento da biotecnologia — ou curativa, como forma de se eliminarem pragas, doen- ças e ervas daninhas. Quando a qualidade dos produtos colhidos é colocada à prova científica, os resultados atestamque não há dife- renças expressivas entre os sistemas. É a conclusão, por exemplo, da Agência de Padrões de Alimentos, vincu- lada ao governo da Inglaterra. O trabalho (http://migre. me/sShMx) analisou 162 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos. Os autores concluíram que os ali- mentos produzidosno sistemaorgâniconãoapresentam Umgrave equívoco é o empenho pouco decidido, de governos e sociedades, diante do sofrimento das 800milhões de pessoas que não têmo que comer hoje no planeta latinstock