RESPM_MAR_ABR 2016

março/abril de 2016| RevistadaESPM 49 “limpa”. Em São Paulo, o escritório do Google fica em um prédio susten- tável, que tem certificação LEED, e investe em um programa de redução do lixo. A iniciativa [Eco Malzoni de gerenciamento de resíduos] conta com um sistema de compostagem do lixo orgânico, que possibilita ao Google realizar a compostagem do nosso produto ali mesmo. Em90 dias, os copos e bandejas de mandioca vi- ram terra vegetal! No Rio de Janeiro, a norueguesa Statoil também está em um prédio “verde”, mas com ela nós temos um contrato de logística reversa, no qual entrego copos novos e levo os usados para o centro de com- postagem. Agora, estamos desenvol- vendo um projeto interessante para a PUC-Rio, que está se preparando para ter um dos maiores campus verde do Brasil. A instituição quer começar um programa de “lixo zero”, e o nossoma- terial tem tudo a ver com a proposta. Os copos consumidos pelas 25 mil pessoas que frequentam o local, dia- riamente, poderiam passar por com- postagemna própria universidade. Revista da ESPM — A CBPak já está operando no azul? Cláudio — Ainda não deu dinheiro, mas vai dar! Em 2011, promovi uma reestruturação do negócio para fazer uma máquina mais moderna e assim reduzir o meu custo industrial. Em 2013, entramos de fato no mercado! No ano passado, a CBPak foi uma das dez empresas escolhidas pela Apex para representar o Brasil no exterior. Estamos no caminho certo! Mês a mês temos registrado um crescimen- to, mas o faturamento ainda é modes- to. Nosso planejamento é chegar em 2017 superavitários, com cinco fábri- cas no Brasil e um volume de vendas que nos permita fazer um programa social de distribuição de lucro para os nossos colaboradores. Revista da ESPM — Mas hoje, é pos- sível lucrar com projetos voltados para a sustentabilidade do planeta? Cláudio — Sim. Este ano, apesar da crise brasileira, começamos a apre- sentar sinais positivos e até o fim do ano teremos um grande avanço dentro do modelo de negócio que estabelecemos, com a entrada de grandes parceiros. Estamos em ne- gociação com multinacionais para a montagem de um plano comercial que permita a entrega de uma solução integrada, que inclui desde a entrega do copo na empresa até a logística reversa e a compostagem dos copos usados. O tamanho donossomercado é gigantesco: quem bebe água é sem- pre umcliente empotencial! Revista da ESPM — Como você en- xerga o futuro do seu negócio diante da realidade brasileira? Cláudio — O consumo consciente já é uma realidade no exterior, princi- palmente na Europa, onde a regra é reduzir o volume de lixo produzido. Essa educação ambiental é um dife- rencial que valoriza soluções como o nosso copo de mandioca. Aqui, no Brasil, a situação é diferente. No momento, temos dois projetos de- senhados: tubetes para plantas e formas diferenciadas de embalagens demandioca. Infelizmente, o governo federal cortou todas as verbas das agências de fomento para este fim. Agora, só vamos voltar a estudar uma forma de viabilizar essas novas emba- lagens quando tivermos lucratividade suficiente para fazer a pesquisa com recurso próprio. Então, algumas per- guntas ainda precisam ser respondi- das para que o mercado sustentável se desenvolva no país. Por que minha empresa paga a mesma alíquota de imposto que uma organização que faz umproduto altamente poluente? e s p e c i a l I d e i a s s u s t e n t áv e i s e l u c r a t i va s divulgação

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