RESPM_MAR_ABR 2016
Revista da ESPM |março/abril de 2016 50 Revista da ESPM — Placas fotovoltai- cas nos veículos e reciclagem de mate- riais são algumas das práticas da Fiat, desde que introduziu a sustentabilidade em seu negócio. O que motivou a empre- sa a investir em conceitos como Triple BottomLine e Economia Circular? Marco Antônio Lage — Incorporar o pilar de sustentabilidade na estratégia do nosso negócio vem da necessidade de ter um produto mais eficiente, mais seguro, um processo produtivo mais limpo, maior eficiência no uso dos recursos, aspectos que também impactam no resultado econômico. Este tipode posicionamento contribui para a perenidade do negócio, na me- dida em que a empresa se torna mais competitiva e inovadora. A principal ferramentaquenos apoianestagestão é o Comitê de Sustentabilidade, for- mado por um grupo de funcionários de diversas áreas, como engenharia, comunicação corporativa, publicida- de, compliance, compras, financeiro e comercial. Este grupo é responsável por implementar as estratégias defi- nidas globalmente pela empresa, de- senhando projetos cada vez mais sus- tentáveis emumtrabalho contínuo. Revista da ESPM — Desde então, o quemudou na companhia? Marco Antônio — Na FCA, existe uma gestão globalmente integrada com metas definidas que orientam as ações em todas as regiões. Essas metas são traduzidas para o contexto local e se transformam em objetivos do negócio e das diversas diretorias, para garantirmos o seu cumprimento. Um exemplo de meta para a América Latina é reduzir, ainda mais, o consu- mo de água nas plantas produtivas. Quando a empresa começa a organi- zar as suas ações sob o guarda-chuva da sustentabilidade, ela consegue tangibilizar melhor evidências e re- sultados das transformações sociais e econômicas conquistadas. Outro ponto importante é entender como gerar um valor econômico para ações sociais e ambientais. Revista da ESPM — Como esse plano tem se desenvolvido no Brasil? Marco Antônio — Temos dez pilares globais: comunidade, produto, planta, logística, empregados, concessioná- rias, fornecedores, consumidores, governança e saúde e segurança ocu- pacional. No Brasil, a FCA está habili- tada, voluntariamente, no programa Inovar-Auto, do governo federal, para aumentar a competitividade no setor automotivo, com investimentos em pesquisa, desenvolvimento, enge- nharia e cumprimento de metas de eficiência energética. A Fiat também foi uma das primeiras marcas do país a apoiar o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), do Inmetro, que no selo descreve aos consumidores os valores de consumo de combustível de seus principaismo- delos e de emissãodeCO 2 . Revista da ESPM — A grande per- gunta que esta edição procura respon- der é: hoje, uma empresa já consegue ganhar dinheiro ao investir em projetos sustentáveis? Marco Antônio — Nós, da FCA, reali- zamos ações de sustentabilidade não apenas pelo ganho financeiro, mas porque acreditamos que elas contri- buempara a perpetuação do nosso ne- gócio. Algumas ações se revertem em valores financeiros, como a evolução do complexo de tratamento de efluen- tes na fábrica de Betim (MG). Desde a década de 1990 temos ampliado o índice de reúso de água. Começamos com 60% e, após um investimento de R$ 4 milhões, alcançamos um índice de 99,4%. Outro case é a Ilha Ecológi- ca, área dedicada à gestão de resíduos, que nos permitiu alcançar a marca de empresa “Aterro Zero”, desde 2011. Este posicionamento gerou uma série de projetos, como a usina de recicla- gem de isopor, um material de baixo peso e grande volume, que demanda muitos caminhões para transpor- tá-lo até o local de reciclagem. Agora, o isopor sai com um peso 50 vezes menor e gera um material que pode Na rotadasustentabilidade Veja como a Fiat trabalha o conceito de sustentabilidade e aplica a economia circular no dia a dia de suas operações em todo o mundo F i at Chrysler Automobi les ( FCA) | Marco Antôn io Lage
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