RESPM_MAR_ABR 2016
março/abril de 2016| RevistadaESPM 51 ser vendido como matéria-prima, ex- cluindo custo de aterro para umganho em reciclagem. Entre as iniciativas rentáveis está ainda a Cooperárvore, que cria bolsas e acessórios de moda usando aparas de cinto de segurança e tecido automotivo que seriam descar- tados. Desde 2006, essa cooperativa já reutilizou 25 toneladas deste material e comercializou mais de 233 mil pro- dutos, gerando desta forma renda para a comunidade local. Revista da ESPM — Como a econo- mia circular é aplicada na prática? Marco Antônio — Em nossas fábricas utilizamos o conceito dos 5Rs: recursar (não gerar o resíduo); reduzir (diminuir a geração do resíduo); reutilizar (otimi- zar o uso do material); reciclar (trans- formar em matéria-prima para outros produtos); e recuperar (gerar energia com o resíduo). Na unidade de pren- sas, o reaproveitamento das sucatas metálicas possibilitou a reinserção na cadeia produtiva de 20 mil toneladas de aço, o equivalente a 86 mil carroce- rias. Outra iniciativa é a reutilização do lubrificante usado na manutenção de equipamentos. Após o uso, ele é enviado para um processo de regene- ração, que evita não só o descarte ou a queima do óleo lubrificante usado, como também a extração de recursos não renováveis para a produção de óleo novo. Apenas em 2015 reaprovei- tamos 84mil litros de óleo. Revista da ESPM — Quanto é investi- do em veículos que tenham as caracterís- ticas das novas economias? Marco Antônio —AFCA investe cons- tantemente em pesquisas e na aplica- ção de materiais que signifiquem so- luções commenor impacto ambiental. Nossos veículos são projetados de modo a facilitar o desmonte e a reci- clagem. Cada peça recebe um código padronizado, que ajuda no processo de separação de materiais. O Novo Uno tem taxa de reciclabilidade de 88,3% e recuperabilidade de 99,5%. Utilizamos diversos materiais renováveis. Um deles é uma mistura de fibra de juta e polipropileno usada no acabamento do painel do Novo Uno e nas portas do Renegade. Todos os veículos produzi- dos em Betim têm bancos feitos com 5%da espuma derivada de óleo de soja. Um material chamado Woodstock (madeira triturada com polipropileno) é utilizado nos painéis de porta e por- ta-pacotes (tampa do porta-malas) no Novo Uno e no Palio. Algunsmateriais reciclados, como garrafa PET e brim, sãoutilizados nos carpetes. Revista da ESPM — Em 2050 haverá mais de três bilhões de pessoas no pla- neta vivendo em cidades. Como a Fiat pretende atender a essa demanda? Marco Antônio — O nosso desejo é ajudar a transformar asnossas cidades nos melhores lugares possíveis para a gente viver. Queremos participar desse futuro não apenas como um fabricante de veículos, mas como uma indústria da mobilidade. A boa mobili- dade não é a que temmaismetrôs, cor- redores de ônibus, avenidas, ciclovias ou calçadas de qualidade, mas a que faz uma combinação inteligente de to- dos osmodais. Aomesmo tempo, o ter- ritório da cidade precisa aproximar as pessoas das oportunidades, levando empregos para as periferias e trazendo gente para morar nos centros, encur- tando as distâncias e simplificando a equação da mobilidade. Dentro desse contexto, criamos o projeto Futuro das Cidades, para identificar algumas cidades ao redor do mundo que estão à frente das discussões relacionadas aoplanejamento emobilidade urbana. e s p e c i a l I d e i a s s u s t e n t áv e i s e l u c r a t i va s MarcoAntônio Lage, diretor de comunicação e sustentabilidade da FCA: ”Ações de sustentabilidade contribuempara a perpetuação donegócio” divulgação
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx