RESPM_MAR_ABR 2016

março/abril de 2016| RevistadaESPM 53 meras leis do setor, evitando multas e sanções. Esse suporte que a Ama- ggi fornece é fundamental para ele acompanhar as mudanças na legis- lação trabalhista e ambiental. Revista da ESPM — Para a Amaggi, qual é o ganho por investir em soja sustentável? Juliana — Em dez anos não será mais possível produzir soja sem ser de forma sustentável. Logo, o valor que a Amaggi arrecada vendendo essa soja sustentável nos permite arcar com o custo de implantação deste projeto. O principal retorno desta iniciativa é o posicionamen- to diferenciado que assumimos no mercado internacional, além da conquista de novos mercados. Hoje, conseguimos atender os mer- cados mais exigentes do mundo, como Dinamarca, Noruega e Ho- landa. Com este projeto, tivemos um ganho significativo de imagem no exterior. Nossa meta é ser refe- rência no desenvolvimento susten- tável e estamos trabalhando para isso. Aos poucos, as pessoas estão entendendo que a sustentabilidade faz parte da sobrevivência do negó- cio. É um assunto que vai além da questão de ganhar mais ou menos dinheiro com isso. Revista da ESPM — Como o grupo Amaggi enxerga o futuro do planeta? Juliana — Hoje, a Amaggi atua em quatro áreas de negócios (commo- dities, agro, navegação e energia), com 4.848 colaboradores diretos e uma produção agrícola de 517.431 toneladas de soja, 395.777 tonela- das de milho e 132.719 toneladas de algodão por ano. No ano passado, registramos um faturamento líqui- do de US$ 3,8 bilhões e aplicamos R$ 9 milhões, entre investimentos e gastos com proteção ambiental. Nossa missão é investir na quali- dade de vida, no desenvolvimento das comunidades e na responsabi- lidade ambiental, porque o futuro passa pela sustentabilidade. Essa postura enseja o grupo a investir em projetos como o transporte fluvial de soja de Rondônia para o Amazonas, que retirou mais de mil caminhões das rodovias da região. Nos próximos anos, a integração entre lavoura-pecuária-floresta, associada ao impacto de uma pro- dução de soja mais sustentável, vai gerar uma menor expansão de área, uma maior preservação de recursos naturais e, consequente- mente, uma economia de baixo car- bono. Muitos estudos já apontam que o Estado de Mato Grosso, por exemplo, pode zerar seu carbono em 2025, só com boas prát icas agrícolas e a recuperação de áreas degradadas. O que falta é ampliar o mercado de soja sustentável. Precisamos de mais clientes como a Unilever, que foi a primeira em- presa a exibir o selo da RTRS, nas embalagens de seus produtos. Juliana Lopes, diretora de sustentabilidade do grupoAmaggi: ”Emdez anos não serámais possível produzir soja semser de forma sustentável” e s p e c i a l I d e i a s s u s t e n t áv e i s e l u c r a t i va s divulgação

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