RESPM_MAR_ABR 2016
Revista da ESPM |março/abril de 2016 54 Revista da ESPM — A Philips foi uma das primeiras empresas a apostar na economia circular, que prevê a substitui- ção da atual economia linear (“extrair, transformar e descartar”) por um ciclo contínuo de desenvolvimento inspirado na natureza, onde não há desperdício, tudo se transforma, recicla e revive em outras formas e funções. O que mudou na companhia para que esse conceito pudesse ser aplicado? Marcio Quintino — No sistema de produção linear, a empresa extrai a matéria-prima e a transforma em um produto que será descartado ao fim de sua vida útil. É uma cadeia que não tem continuidade e não se sustenta no longo prazo. A Philips percebeu isso há anos, por isso decidiu partir para a economia circular, passando a investir em projetos que gerem me- nos impacto ambiental e emprodutos com ecodesign e de fácil reciclagem. Os projetos de iluminação de LED, que substituem as antigas lâmpadas de mercúrio, são exemplos desse novo posicionamento, por economi- zarem energia, com lâmpadas que possuemuma vida útil maior. Revista da ESPM — Um estudo da consultoria McKinsey estima que a adoção da economia circular poderia adicionar benefícios anuais de até 1,8 trilhão de euros na economia global até 2030 ou o dobro do que poderia ser gerado pela economia linear. A Philips aumentou seu faturamento ao introdu- zir a sustentabilidade em seu modelo de negócios? Marcio — A economia circular in- tegra o DNA de sustentabilidade da Philips, que é parceira global da Fun- dação EllenMacarthur, que nos ajuda a desenvolver iniciativas de negócios circulares, principalmente nas áreas de Healthcare, Consumer Lifestyle e Lighting. Temos buscado novas formas de atuação no mercado por acreditar que a produção linear está fadada a se tornar inviável, pelo sim- ples fato de que não temos planeta su- ficiente para aguentar o nível de con- sumo registrado no Primeiro Mundo. Diante desse cenário, a questão deixa de ser o quanto você vai lucrar com esse posicionamento, mas sim qual a melhor forma de produzir com o me- nor impacto ambiental e que atinja o menor número de pessoas. Aqui, o que importa não é apenas o fatura- mento, e sim a responsabilidade da empresa como umtodo. Revista da ESPM — Um exemplo disso foi o contrato firmado no início de abril com o grupo Schiphol, pelo qual a Philips irá fornecer uma nova iluminação ao aeroporto de Amsterdã, por meio da instalação e manutenção de lâmpadas de LED, em uma iniciativa que irá gerar 50% de economia no con- sumo de energia. Por que a empresa está investindo nesse novo modelo de venda de serviço e não emproduto? Marcio —A aposta da Philips é omo- delo “Lighting as a service”, por meio do qual a empresa passa a prestar um serviço para o cliente, que aluga nossos dispositivos de iluminação e nós ficamos responsáveis pela manutenção desses equipamentos. É um novo modelo de negócios no qual todas as partes envolvidas ga- nham. O cliente tem seu projeto cus- tomizado e pode definir seu modelo de financiamento. Já a Philips fica responsável pela manutenção desse sistema e, eventualmente, pelo des- carte adequado do produto. Essemo- delo é ideal para clientes B2B, como grandes condomínios, que podem definir desde a captação de recursos até a forma de operar o sistema. O primeiro passo será implantar esse sistema de lâmpada de LED nas ci- dades brasileiras. O próximo passo tende a ser o desenvolvimento de um modelo de logística reversa para Uma luznofimdo túnel! Adepta da economia circular, a Philips tem como missão melhorar a vida de três bilhões de pessoas até o ano de 2025 por meio de produtos que tragam inovação e façam a diferença na sociedade Ph i l i ps | Marc io Qu i nt i no
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