RESPM_MAR_ABR 2016
Revista da ESPM |março/abril de 2016 56 Fonte inesgotável deenergia! Há cinco anos, a Solar Energy vem investindo em novos produtos e serviços alimentados pela luz do sol, ummercado que deverá movimentar R$ 500 bilhões no país até 2050. Até lá, haja investimento em P & D! Solar Energy | Hewerton Mart i ns Revista da ESPM — Um dos pilares da economia circular é a utilização de fontes de energia renováveis por parte das empresas. Há cinco anos, a Solar Energy produz e comercializa placas fotovoltaicas em todo o território nacional. O que o motivou a investir na criação de um negócio sustentável no Brasil? Hewerton Martins — Em 2010, eu trabalhava em uma indústria de cosméticos e estava viajando muito para a Áustria, onde a energia solar já era uma realidade. E meu irmão estava envolvido na construção de uma usina de cana-de-açúcar. Daí surgiu a ideia de montarmos uma empresa para produzir placas de energia solar fotovoltaica. Investi- mos R$ 3 milhões na montagem de um laboratório de Pesquisa e Desen- volvimento (P&D), no Centro-Oeste e passamos a testar as tecnologias disponíveis no exterior. Logo per- cebemos que a lguns aparelhos europeus não serviam para o nosso mercado. Por causa do nosso clima, painéis de marcas famosas no exte- rior não resistiam às variações de temperatura e trincavam. A partir daí desenvolvemos nosso próprio inversor para converter o calor do sol em energia, sem trincar a placa. Isso nos possibilitou oferecer ao mercado uma garantia nacional e uma assistência técnica local. Com o nosso modelo conectado a diversas redes do Brasil, consegui- mos montar uma operação estável de norte a sul, o que nos rendeu a primeira certificação Inmetro do mercado nacional. Revista da ESPM — A empresa foi lançada em 2011. No ano seguinte, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a geração de ener- gia solar fotovoltaica no país, enquanto a presidente Dilma Rousseff reduziu as tarifas de energia elétrica em 16% para os consumidores e em 28% para o setor produtivo. Qual foi o impacto dessas me- didas nos planos da Solar Energy? Hewerton — Sabíamos que a ener- gia solar ainda teria de percorrer um longo caminho até conseguir se popularizar no Brasil, mas não contávamos com esse tipo de “de- sincentivo” governamental. Tive- mos de reposicionar a marca e focar o negócio no mercado residencial. Nossa primeira venda foi para o SPAventura, de Ibiúna (SP), que tem uma pegada ecológica e gera sua própria energia para oferecer aos hóspedes chalés ecológicos. Tam- bém desenvolvemos projetos para o Grupo Boticário, o Senai e o Sicredi. Hoje, temos 400 projetos em produ- ção, sendo que grande parte deles é para pessoa física. Mas, depois de o setor produtivo sofrer 70% de rea- juste na conta de energia elétrica, esse cenário está mudando. Temos recebido inúmeras consultas de grandes empresas interessadas em instalar painéis solares em suas fábricas. Embora a economia do nosso país esteja em queda, este vai ser o primeiro ano que vamos fechar com um balanço positivo. Em 2012, faturamos R$ 64 mil. No ano seguinte, passamos para R$ 1,5 milhão. Em 2013, R$ 3 milhões, e assim seguimos dobrando o fatura- mento a cada ano. Neste ano, nosso faturamento não ficará abaixo de R$ 20 milhões, podendo atingir até R$ 50 milhões, dependendo do nú- mero de contratos fechados. Revista da ESPM — O valor do equipamento ainda é o principal en- trave de desenvolvimento? Hewerton — Hoje, com R$ 20 mil, você consegue instalar um sistema de energia solar em uma casa de até 200 metros quadrados habitada por um casal e dois filhos. Este cálculo
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