RESPM_MAR_ABR 2016

Revista da ESPM |março/abril de 2016 58 Aqui, nadaseperde Mônica Pirrongelli, da TerraCycle, conta como os programas de reciclagem financiados por empresas, ao redor do mundo, estão ajudando a transformar lixo em produto verde TerraCycle Brasi l | Môn ica Pi rrongell i Revista da ESPM — Fundada em 2001, pelo húngaro Tom Szaky, a Ter- raCycle nasceu com a missão de coletar, reciclar e criar produtos verdes a partir de vários tipos de materiais de difícil reciclabilidade. Há quanto tempo esse projeto é desenvolvido no Brasil? Mônica Pirrongelli — A iniciativa chegou ao país em 2009, a pedido da PepsiCo, que já contava com uma solução da TerraCycle para a coleta e reciclagem de pacotes de salgadi- nhos no exterior. Assim, o Brasil foi o primeiro país a receber uma filial da TerraCycle, pormeio de umprograma nacional de coleta e reciclagem de pacotes de salgadinho Elma Chips. O programa ficou quatro anos em funcionamento, período no qual 5,8 milhões de embalagens de salgadi- nhos foramcoletadas e enviadas para a reciclagem. Revista da ESPM — Como funciona o Programa Nacional de Reciclagem da TerraCycle? Mônica — É um programa que une a nossa solução de reciclagem com os patrocinadores interessados em promover o descarte correto dos produtos de determinada categoria. Cada campanha tem um patrocina- dor que fica responsável por recolher não só os resíduos dele, mas também de todas as marcas do segmento. A Colgate, por exemplo, épatrocinadora do Programa Nacional de Reciclagem Saúde Bucal, que promove a recicla- gem de escovas de dente, tubos de creme dental de qualquer marca. Esse programa vai proporcionar o descarte correto desses resíduos, além de oferecer aos participantes a oportunidade de arrecadar dinheiro para uma escola ou associação sem fins lucrativos e à sua escolha. Revista da ESPM — Essas campa- nhas funcionam por meio da partici- pação dos consumidores, que precisam se cadastrar no site da TerraCycle, mobilizar a comunidade e promover a arrecadação do lixo. Em relação aos demais países onde a TerraCycle opera, o brasileiro pode ser considerado um povo engajado? Mônica — Sim. Nossas campanhas só funcionam se o consumidor assumir o papel de protagonista. Ele precisa formar uma rede de pessoas em sua comunidade para coletar uma certa quantidadedematerial eenviá-lopara a reciclagem. No caso da campanha da Colgate, o consumidor tem até o dia 31 de maio para arrecadar resídu- os de escova e pasta de dente de todas as marcas. A campanha funciona da seguinte forma: para cada 18 gramas de resíduo enviado (peso médio de uma unidade), cada time de coleta recebe dois pontos, que equivalem a R$ 0,02 e poderão ser revertidos em doações para uma entidade sem fins lucrativos ou escola escolhida pelo consumidor e sua equipe. Revista da ESPM — No exterior, o consumidor tem outras formas de participar, como o projeto Zero Waste Box (lixo zero), que lhe permite enviar qualquer item para a reciclagem. Por que esse programa ainda não está dis- ponível no Brasil? Mônica — Temos a solução, o que falta é alinhar o projeto com os pa- trocinadores. O Zero Waste Box foi lançado nos Estados Unidos em 2014, porque o perfil do consumidor ameri- cano é diferente. Ele está disposto a pagar por uma caixa que representa a solução de reciclagem para seus brinquedos, livros, cápsulas de café, pilhas e até bitucas de cigarro. Existe demanda para esse tipo de programa de reciclagem nos Estados Unidos, onde temos mais de 50 programas de reciclagem rodando simultanea- mente. Já no Brasil, estamos com oito iniciativas em operação: três campa- nhas de reciclagem de cosméticos para a Avon; uma ação de produtos para cabelos daGarnier Fructis; outra coleta de embalagens de protetor solar; o Programa Nacional de Reci-

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