RESPM_MAR_ABR 2016
Revista da ESPM |março/abril de 2016 60 Revista da ESPM — Por que a multi- nacional decidiu introduzir o conceito de sustentabilidade em seus negócios? Antonio Calcagnotto — Para a Uni- lever, ser sustentável não é uma opção, mas a única maneira de fazer negócio. Por isso, nossas metas, mais do que econômicas, são guiadas pelo propósito de que é preciso trabalhar para criar um mundo melhor todos os dias. Em 2010, lançamos o Plano de Sustentabilidade da Unilever, que visa desconectar o crescimento do negócio de seu impacto ambiental, ao mesmo tempo que aumentamos nosso impacto social positivo. O pla- no estabelece três grandes metas que abrangem nosso desempenho social, ambiental e econômico: melhorar a saúde e o bem-estar de mais de um bilhão de pessoas; reduzir pela meta- de o impacto ambiental de seus pro- dutos; e melhorar a subsistência de milhões de pessoas que trabalham na cadeia de valor da Unilever. Revista da ESPM — Desde então, o que mudou na companhia? Antonio —Hoje, a sustentabilidade faz parte do dia a dia dos funcionários e está no centro das decisões do negó- cio. Por isso, temos progredido bem emquestões nas quais temos controle direto; cortar desperdícios e melhorar a ecoeficiência em manufatura, obter matérias-primas de fontes susten- táveis e melhorar direitos humanos em nossos fornecedores. No Brasil, entre 2008 e 2015, registramos uma redução de 40% no consumo de água em nossas manufaturas. Nosso papel é ajudar os consumidores a utilizarem os nossos produtos da maneira mais eficiente, usando o mínimo de água e energia e, assim, diminuir o impacto ambiental. Como exemplo desses esforços temos a campanha #UmEn- xágueBasta, promovida em 2015 pela versão Omo Super Concentrado. Nes- te ano, a marca lançou a campanha #PequenasRevoluções, para mostrar que ações diárias, como reaprovei- tamento da água ou o melhor uso do tempo, fazemtoda a diferença. Revista da ESPM — Como o Plano de Sustentabilidade da Unilever tem se desenvolvido no Brasil? Antonio — O nosso plano é global. Todas as unidades da Unilever no mundo seguem as mesmas dire- trizes. Mas cada uma leva em con- sideração as questões locais. Por exemplo: em 2015, lançamos uma campanha pelo fim do desmatamen- to. Em outra frente, a Unilever foi uma das pioneiras a apostar em uma certificação com o objetivo claro de evitar o desmatamento. Hoje, 100% da soja que compramos na América Latina é coberta por créditos nego- ciados na plataforma Round Table on Responsible Soy (RTRS). Estamos no caminho certo para atingir a meta de ter todo o nosso consumo interno de soja com o selo RTRS até 2020. Com esta postura, esperamos alavancar a produção sustentável e mitigar o des- matamento. Tal posicionamento não tem relação direta com economia ou faturamento da empresa, e simcoma sobrevivência do negócio. Revista da ESPM — Mas como esse tipo de iniciativa impacta no desempe- nho financeiro da companhia? Antonio — No contexto em que vive- mos hoje, com questões ambientais latentes, as empresas têm papel fun- damental na promoção das mudan- ças necessárias para reverter esse cenário. O primeiro passo é elaborar um bom plano de sustentabilidade, com diretrizes e metas claras. Nós, da Unilever, acreditamos que existe um forte argumento econômico em prol da sustentabilidade: impulsiona o crescimento, mitiga riscos, corta custos e constrói a confiança. Por isso, não é uma questão de ganhar dinheiro hoje, mas de garantir a sus- tentabilidade do negócio no longo prazo. Percebemos que empresas e marcas que têmuma atitude respon- Sersustentáveldeixoudeseropção! Antonio Calcagnotto, head de assuntos corporativos e sustentabilidade da Unilever, detalha o plano verde que já gerou uma economia de 400 milhões de euros para a companhia un i lever | Anton io Calcagnot to
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