RESPM_MAR_ABR 2016

março/abril de 2016| RevistadaESPM 61 sável dos pontos de vista ambiental e social acabam por conquistar a pre- ferência de muitos consumidores, que entendem que a construção de um futuro melhor depende das esco- lhas diárias. As marcas que têm um propósito social crescem duas vezes mais que o restante do negócio. Revista da ESPM — O caminho passa, necessariamente, pela economia circular? Antonio — Sem dúvida. A Unilever tem por meta reduzir o impacto das embalagens dos seus produtos no meio ambiente. Assim, desde 2001, a companhia mantém, em parceria com o Grupo Pão de Açú- car (GPA), o programa Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever. Além disso, todos os produtos que se tornam impróprios para venda durante a produção, armazenagem ou distribuição são reciclados ou reutilizados de alguma forma. Nada mais é enviado a aterros sanitários. Os resíduos de sorvete e Maizena viram rações de animais; as sobras de Hellmann’s se transformam em adubo; e os plásticos (rebarbas e aparas) são reutilizados na produ- ção. Com essa iniciativa, a compa- nhia atingiu a marca de Aterro Zero para todas as fábricas instaladas no Brasil, os centros de distribuição exclusivos da Unilever e em seu es- critório matriz de São Paulo. A prin- cipal intenção é buscar alternativas que reaproveitem ao máximo todos os materiais, de acordo com os “3R”: reduzir, reutilizar e reciclar. Revista da ESPM — Como o senhor avalia os resultados da última conferên- cia do clima, a COP-21? Antonio — No último dia da conferên- cia, o primeiro acordo internacional sobre o clima foi assinado por 185 países. A Unilever estava envolvida nos preparativos para as negociações e exerceu umpapel ativo na defesa dos elementos de uma economia de baixo carbono. Esse acordo indicou o ponto da virada para a aceleração de ações relacionadas ao clima em escala glo- bal. Nós, por exemplo, nos tornaremos “carbono positivos” em nossas opera- ções. Até 2030, vamos obter 100% de nossa energia de recursos renováveis; até 2020, teremos toda nossa eletrici- dade comprada da rede nacional de fontes renováveis e eliminaremos o carvão de nosso mix de energia; e va- mos apoiar a geração de mais energia renovável do que consumimos para disponibilizar o excedente aos merca- dos nos quais operamos. Revista da ESPM — Como será a vida em 2050 e que papel a Unilever deverá desempenhar nesse novomundo? Antonio — Paul Polman, nosso CEO global, escreveu um artigo no qual contava que, há mais de 250 anos, o empreendedor britânico Richard Arkwright construiu a primeira má- quina têxtil automática. Ao fazê-lo, deu início à Revolução Industrial — uma era movida a carvão, petróleo e gás. Esse período transformou a vida e a paisagem na Terra, tirou bilhões de pessoas da pobreza, criou grandes fortunas e mudou o planeta. Agora, é preciso fazer mais com menos re- cursos e investir em produtos mais eficazes e com melhor desempenho. A solução virá de toda a sociedade: setor produtivo, governos, ONGs, entidades e comunidade. Cada um tem o seu papel na construção de um futuro melhor. Aqui, já estamos fazendo a nossa parte. A proposta de reduzir nosso impacto ambiental ajudou-nos a economizar mais de 400 milhões de euros desde 2008. Em 2014, nossas marcas com o pro- pósito sustentável responderam por metade do crescimento da empresa, registrando um aumento duas vezes mais rápido que as demais. e s p e c i a l I d e i a s s u s t e n t áv e i s e l u c r a t i va s divulgação

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