RESPM_MAR_ABR 2016

março/abril de 2016| RevistadaESPM 65 para esse ganho de produtividade. Hoje, a conclusão é a de queoretornogeradopor esse tipodeaçãopodeser superior ao investimentorealizadopelaempresaemtreinamentos. Debra Lerner, professora do Tufts University School of Medicine, de Boston (EUA), observou em pesquisa recente que o presenteísmo pode ser mais comum em tempos de crise econômica, quando as pessoas têmmedo de perder seus empregos. Opresenteísmo parece ser umproblema de reduçãode produtividademuitomais onerosodoqueo seuhomólogo de absenteísmo. Ao contrário do absenteísmo, o presen- teísmo nemsempre é evidente. Você sabe quando alguém não aparece para traba- lhar. Mas muitas vezes não é possível dizer quando, ou quanto, a doença ou uma condição médica está impe- dindo o desempenho de alguém. Os efeitos do presenteísmo não são pontuais. Se pes- soas-chave têm um declínio no seu desempenho, as reuniões são desmarcadas e uma equipe inteira pode sofrer o impacto do atraso que isso irá gerar. As perdas compresenteísmosãosignificativas. NosEstadosUnidos, a depressão temumcusto estimado de US$ 36,6 bilhões a US$ 51,5 bilhões por ano emperda de produtividade. O atendimento a doenças crônicas e a orientação financeira para seus funcionários são ações adotadas pelo Bank One (recentemente adquirido pela JPMorgan Chase), LockheedMartineComerica, que intensificaram umpotencial de ganhos nesses investimentos. Nãohá uma única forma demedir a perda da produtivi- dadepor reduçãode funcionalidadeno trabalho. Nameto- dologia usada pela American Productivity Audit, que foi desenvolvida por Buzz Stewart, o profissional é questio- nado sobre quantas horas de trabalho ele perdeudevido a problemasmédicos.OmétododaHarvardMedical School, desenvolvidoporRonaldKessler, questionaoprofissional sobre a sua performance total. ApesquisadoraDebra Ler- ner, da Tufts, avalia a produtividade emtermos da função das atividades dos profissionais. Por exemplo, uma dor nas costas pode não ser um grande problema para um vendedor de seguros,mas adepressão éprovável que seja. Aqualidadedosonotambéméumdiferencialcompetitivo. Osonosaudávelmelhoraodesempenhocognitivodospro- fissionaisquedevemtomardecisõescruciaisparaonegócio. Aligaçãoentrea liderançaefetivaeumaboanoitedesonoé clara.Estaéumadasconclusõesdoartigo Theorganizational cost of insufficient sleep , escrito por Nick vanDame Els van derHelmepublicadoemfevereirode2016, pelaMcKinsey. Graças à necessidade de nos preocuparmos com o meio ambiente, descobrimos com a evolução dos con- ceitos de sustentabilidade que também devemos nos preocupar mais com o nosso bem-estar. Vale observar que o tema não é novo: Adam Smith, em A riqueza das nações , de 1776, observou que os trabalhadores enfermos são menos propensos a trabalhar de forma produtiva. Agora, a pergunta que fica no ar é: por que essa preo- cupação como nosso bem-estar somente vai gerar novas ações efetivas após termos constatado que há umefetivo retorno financeiro nisso? Roberto Camanho Engenheiro mecânico pela FEI/SBC e mestre em inovação pela FEI/SP, consultor, professor de análise das decisões e estratégia empresarial na ESPM/SP e pesquisador em processos decisórios do Núcleo Decide da FEA/USP shutterstock As perdas compresenteísmo são significativas. Nos EstadosUnidos, a depressão temumcusto estimado deUS$ 36,6 bilhões aUS$ 51,5 bilhões por ano emredução de produtividade

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