RESPM_MAR_ABR 2016
março/abril de 2016| RevistadaESPM 69 Da lataà lata em60dias Por Alexandre Teixeira Foto: Divulgação T adeu Nardocci assumiu a presidência da Novelis na América do Sul emmaio de 2013. Antes disso, liderou globalmente a área de inovação, tecnologia e estraté- gia da empresa, que é líder mundial em laminados e reciclagem de alumínio. Também já comandou a Novelis Europa, com sede na Suíça. Nessa época, foi presidente daAssociação Europeia doAlumínio. Sua experiência internacional lhe permite avaliar que, do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, a indústria brasileira do setor não deve nada à dos paísesmais desenvolvidos. Das 300mil toneladas de chapas para latas de alumínio vendidas por ano no país, o setor coleta de volta 98%. “É um ciclomuito rápido. Em60 dias, a lata vira outra lata”, diz Nardocci. A taxa de reciclagemé superior até à da Suí- ça (95%), país onde a separação do lixo reciclável é obrigatória. Graças a uma cadeia de coleta de latinhas sem igual no planeta, aproximadamente 34% de todo o alumínio consumido no Brasil é reciclado. Opaís é hoje umdos sete lugares domundo que têm fábricas de chapas de alumínio para latas. Parece simples, mas é umproduto de alta complexidade, que exige elevada tecnologia. A operação da Novelis no Brasil, em particular, tem 62% da sua produção baseada em sucata. A vantagem, em termos ambientais, é clara. A transformação de latas usadas em matéria-prima para novos produtos só consome 5% da energia necessária para produção de alumínio primário. A etapamais eletrointensiva do pro- cesso (transformaçãode alumina emalumínio) não existena reciclagem. Nos últimos cinco anos, a Novelis investiu US$ 500 milhões para dobrar a sua capacida- de de reciclageme reduzir as emissões de gases do efeito estufa em13%. Esse investimento foi aprovado em 2010, um ano após a revista The Economist ilustrar sua capa com uma ima- gemdo Cristo Redentor decolando, símbolo do sucesso econômico de então do país. Passa- dos cinco anos, o cenário é radicalmente diferente. A expectativa daNovelis é de que omer- cado de alumínio no Brasil, de forma geral, tenha retrocedido sete anos só em 2015. Mas o mercado da companhia, de chapas para latas, não encolheu. Por enquanto. Ir adiante no esforço para se tornarmaior emais verde, a partir de agora, depende da demanda no Brasil.
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