RESPM_MAR_ABR 2016

entrevista | Tadeu Nardocci Revista da ESPM |março/abril de 2016 70 Revista da ESPM — A Novelis se diz líder global em reciclagem de alumí- nio. O que isso significa? Tadeu Nardocci — Hoje, somos a maior empresa de transformação de alumínio no mundo. Temos uma participação de 14% a 15% no mer- cado global — o segundo colocado tem 9%. Alguns concorrentes pro- duzem alumínio primário e tam- bém transformado. A Novelis não. Ela só opera no segmento de trans- formação. Somos os maiores com- pradores de alumínio do mundo na forma primária e, principalmente, de sucata de alumínio. Aqui, no Brasil, de longe, nós somos o maior transformador de sucata de alumí- nio em produtos para clientes. Revista da ESPM — Quais as van- tagens da transformação para o meio ambiente? Nardocci — A reciclagem de alu- mínio utiliza apenas 5% da energia consumida para produção de alumí- nio primário. A reciclagem também reduz em 95% as emissões de gases do efeito estufa. Por isso, o processo tem uma pegada de carbono menor. Economiza 95% da energia elétrica e emite só 5% do CO 2 . Revista da ESPM — Há espaço para o alumínio numa economia de baixo carbono? Nardocci — A emissão de carbono depende muito da fonte de energia. O Brasil, como tem — ou tinha — es- sencialmente energia hidrelétrica, seria naturalmente um país ótimo para a produção de alumínio com baixa pegada. Como acontece, por exemplo, nos países nórdicos, onde se usa muita energia geotérmica. Existem formas de produzir alumí- nio primário com baixa pegada. Revista da ESPM — E no caso de quem já trabalha com transformação, o que reduz a pegada? Nardocci — Investimentos para au- mentar nossa capacidade de recicla- gem no mundo todo. Ela era, até re- centemente, menor na Europa, mais alta aqui no Brasil e praticamente não existia na Ásia. Nos últimos três ou quatro anos, o investimento foi feito em todas as regiões para maximizar a utilização de sucata e, com isso, diminuir a pegada. Revista da ESPM — Isto é eviden- temente importante do ponto de vista ambiental, mas e de um ponto de vista econômico? Significa ter de comprimir um pouco sua margem no curto prazo? Temos uma participação de 14%a 15%no mercado global. Somos osmaiores compradores de alumínio domundo na forma primária e, principalmente, de sucata de alumínio Das 300 mil toneladas de chapas para latas de alumínio vendidas por ano, a indústria coleta de volta 98% shutterstock

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