RESPM_MAR_ABR 2016
entrevista | Tadeu Nardocci Revista da ESPM |março/abril de 2016 74 grande apelo do alumínio é a redu- ção de peso e a redução da pegada de carbono. Para a indústria au- tomotiva, a redução do consumo de combustível. O carro fica mais leve e se torna mais eficiente. São coisas que andam juntas. A Land Rover foi pioneira na produção em massa de SUVs em alumínio. E obviamente ela está preocupada também com gestão de custo. O alumínio tem vantagens compe- titivas que tornam o veículo mais ba rato, ou equiva lente em pre- ço, no final. A Ford também está usando alumínio em SUV, e ela é conhecida como uma empresa que tem gestão muito forte de custos. Revista da ESPM — A ideia é tro- car, na carroceria do veículo, o aço pelo alumínio? Nardocci — É, em alguns modelos. A Ford trocou. A Land Rover trocou. Revista da ESPM — A lembrança de como é fácil amassar uma lata de alumínio não assusta? Nardocci — Esta pergunta é tradi- cional. Respondo até para amigos. O carro é muito resistente. São ligas diferentes, com resistências diferentes. A liga usada em carros tem resistência similar à do aço, com um ganho muito interessan- te na capacidade de absorção de choque e de energia quando ocorre um acidente. O carro hoje é feito para desmanchar quando se tem um acidente. Não acontece nada no habitáculo. O alumínio absorve mais a energia do impacto. Revista da ESPM — Qual é o ganho ambiental quando se troca aço por alumínio nos carros? Nardocci — A redução de peso é de 300, 400 quilos, dependendo do ve- ículo. Isso é importante hoje porque tem cada vez mais o que chamamos de eletrônica embarcada nos carros. Isso aumenta o peso também. E cada 100 quilos reduzidos significa uma redução de emissão da ordem de 8 a 11 gramas de CO 2 , a cada 100 quilômetros rodados. Revista da ESPM — Quando se compara o uso do alumínio no Brasil e na Europa, por exemplo, qual a diferença? Nardocci — O gap é enorme. No Brasil, deve haver hoje um consumo anual de alumínio de, provavelmen- te, quatro quilos por habitante. Na Europa e nos Estados Unidos, o con- sumo é de 25 a 30 quilos por habitan- te. Na China, o consumo de alumínio representa o dobro do Brasil. Revista da ESPM — Por que usamos tão pouco alumínio? Nardocci — É uma pergunta que eu me faço também. A primeira ALandRover foi pioneiranaproduçãoemmassadeSUVsemalumínio. AFord tambémusaomaterial esuagestãoéconhecidapelocontroledecustos shutterstock No Brasil, deve haver hoje umconsumo anual de alumínio de, provavelmente, quatro quilos por habitante. Na Europa e nos Estados Unidos, o consumo é de 25 a 30 quilos por habitante
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