RESPM_MAR_ABR 2016
março/abril de 2016| RevistadaESPM 79 shutterstock é lixo e que a sua reciclagem é uma atividade indus- trial baseada na logística reversa. Agora vou narrar um caso que serve de exemplo para que esse conceito seja mais bem assimilado em benefício de um enten- dimento mais amplo sobre o que fazer com as emba- lagens pós-consumo. Os especialistas reconhecem que uma das melho- res formas de evitar a perda e o desperdício de ali- mentos é a adoção de um processo de embalamento adequado a cada tipo de alimento. Um exemplo que facilita a compreensão dessa afirmação é o que acon- tece com o leite, alimento fundamental para a espé- cie humana. Por sermos mamíferos, o leite se encontra na base de nossa dieta alimentar, mas, devido à sua constitui- ção química, ele se comporta como ummeio de cultura propício ao desenvolvimento de bacilos e bactérias que degradam rapidamente sua estrutura, fazendo comque o produto estrague e se torne impróprio para o consumo. No passado, o prazo de validade do leite in natura determinado pelas autoridades sanitárias era de um dia (24 horas). Posteriormente, o uso do “lacto filme”, um filme plástico próprio para embalar o leite, pos- sibilitou a popularização das embalagens em saqui- nho. As autoridades ampliaram o prazo de validade do leite in natura para dois dias, mas as pessoas da minha geração cansaram de ver o leite azedar em suas casas. Hoje, as embalagens de leite longa vida têm prazo de validade de 180 dias (seis meses). Esse prazo esten- dido proporcionou à cadeia de distribuição e consumo uma série de benefícios que a tornaram ainda mais popular em todo o país. Para cumprir a função de conservar o leite por um tempo tão longo, essas embalagens, graças a um pro- cesso que combina a ultra-alta temperatura (UHT) com o envase asséptico e a estrutura multicamadas das paredes da caixa, protegem seu conteúdo com bas- tante eficiência e qualidade. Para tanto, a embalagem longa vida é composta por três materiais: papel, polie- tileno e alumínio, nas proporções, em peso, de 75%, 20% e 5%, respectivamente. Apesar do sucesso obtido pelas embalagens longa vida, a Tetra Pak — empresa que introduziu esse con- ceito no mercado — precisou empreender durante As pessoas que percorremas gôndolas dos supermercados nem imaginamo que existe de ciência e tecnologia ao alcance de suasmãos emcada embalagemexposta na gôndola
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