RESPM SET-OUT 2016

Indústria Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 108 desempenho da indústria automobilística brasileira vendas de automóveis novos Fonte: Anfavea Apartirdemeadosdosanos2000, os licenciamentosde veículoslevesecaminhõespassaramacrescerdemaneira consistente.Porexemplo:dejaneiroaagostode2006foram produzidas1,2milhãodeunidadesdeveículos levese48,3 mil unidades de caminhões. Essa produção passou para 2,5 milhões de carros e 92,8 mil caminhões em 2012. No anoseguinte, 2,4milhõesdeautomóveisnovose102,4mil caminhõeszeroquilômetro foramlicenciadosde janeiroa agosto. Atéqueosnúmerosdosetordespencarampara2,2 milhões veículos leves e 87,8 mil caminhões licenciados nos primeiros oito meses de 2014. No mesmo período do ano passado, uma nova queda foi registrada: 1,75milhão de automóveis e 49mil caminhões. Essa queda foi menor em2016: 1,35milhãodeautomóveise34,7mil caminhões licenciados noperíodo ( ver gráficos abaixo ). Analisando friamente, nãosepode falar embolha, por- quetivemosseteanosdecrescimentoeumdemanutenção diante de três de queda, que provavelmente se estenderá pormais umano, antes de estancar. Esses númerosmostramque 2016 é indubitavelmente pior que 2015 para a indústria automobilística. Porém a queda “ladeira abaixo” parece estar desacelerando. Já o comportamento das exportações denota dois fatos preocupantes e um bom. Umdos fatos preocupantes é que os volumes de expor- tação são expressivamente inferiores aos da venda do mercado interno, não constituindo “compensação” pelas perdas domercado interno. Por outro lado, o comporta- mento exportador mostra sinais de oportunismo: sua variação tem sempre sinais inversos aos da variação das vendas domésticas. O oportunismo no comportamento exportador (isto é, vouexportar quandoe seestiver “sobrando”) éumdos ini- migosmortais da exportação, e da exportação brasileira. Umdos segredosdosucessodas exportações éa constân- cia.Oimportadordevepodercontarcomoprodutoquando precisar dele. Caso contrário, vai importar de outro lugar. Esse é um problema brasileiro que atinge a maior parte de nossas exportações: a “maldição” domercado interno. Quando esse aquece, a exportação “esquece”. Ofatopositivodaexportaçãodeautomóveis équecres- ceu, e istoébom.Não tantoemfunçãodonúmero,masem funçãodaqualidade:temosprodutosquepodemserexpor- tados sefizermos umesforçonesse sentido. Nem tudo é crise! Em entrevista concedida à revista Automotive Business , AntonioMegale, presidentedaAnfavea, atribuiuodistan- ciamentodaproduçãodoprimeirosemestre (1,38milhão de unidades até aqui, 20,1% abaixo domesmo período de 2015) emrelaçãoàprevisão (“meta”) daassociação (queera de 2,29milhões no ano, 19% abaixo do ano passado) a um problema da Volkswagen, que teria tido uma redução na produçãopor questões comumfornecedor. O problema da Volkswagen não foi só no Brasil. O mesmo ocorreu na Alemanha e culminou com o des- credenciamento do grupo Prevent, que era fornecedor damontadora aqui e lá. Segundo reportagempublicada vendas de caminhões novos

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