RESPM SET-OUT 2016
setembro/outubrode 2016| RevistadaESPM 109 no portal G1, em 22 de agosto de 2016, a Volkswagen declarou ter ficado 120 dias parada nas unidades de São José dos Pinhais (PR) e de Taubaté (SP). A impor- tância damontadora alemã na produção brasileira é tal que a sua diminuição derruba os números nacionais. Esse fator, porém, é bastante específico e diz respeito ao gerenciamento do global supply chain , e não à crise brasileira. Mas, somado à crise atual, ganha contornos trágicos. Já imaginou ter “somente” a crise, e não ter pro- blemas com um fornecedor capaz de provocar 120 dias de falta emduas plantas? Neste ano, as montadoras introduziram tecnologias aguardadas há tempos. São tecnologias importantes para a economia do consumidor, o controle das emis- sões de carbono, a diminuição do efeito estufa e a redu- ção do aquecimento global. Esse movimento ocorre em sintonia com a tendência europeiadediminuir o tamanhodosmotores ( downsizing ) para a reduçãode consumoe emissões. Areduçãodocon- sumoéamaneiramaisbarata, demenor impactona infra- estrutura (comparadaàsmotorizações alternativas como elétricaehidrogênio)epotencialmentemaisrelevantepara a reduçãodasemissõesdegasesdeefeitoestufa, por conta da facilidade e do volume. Ao mesmo tempo, mantém-se ou aumenta-se a potência do veículo pormeio da introdu- çãode turboalimentadoresoudoaumentodaeficiênciado motor, diminuindo-se onúmerode peças. Na categoria dos sedãs médios, a revolução chegou pormeio do turbo (pois o custo dessamotorização ainda não é “popular”), primeiramente como Peugeot 408, que introduziu em 2015 o motor Peugeot-BMWTHP ( Turbo High Pressure ) 1.6, já na versão flex, adaptada ao mer- cado brasileiro. Em 2016, a Honda introduziu o motor 1.5 turbo no Honda Civic, e a GM lançou o Cruze 1.4 turbo. Todos entregam entre 150 e 170 cavalos, depen- dendo do combustível utilizado. Tal potência demandaria dois ou três litros até 2014, e dequatroaseis litrosdezanosatrás. Todosos trêsveículos “involuíram” a partir demotores de dois litros aspirados, queconsumiammaiscombustível, emitiammaispoluen- tes e entregavammenos potência. No campo dos populares, a Fiat anunciou o novo Uno comomotorglobaldeumlitro(1.0)etrêscilindros.Valeres- saltar que, embora estejadisponível nomercadomundial desde2011,apartirdasmontadorasasiáticas,opadrãodos motores atuais aindaéodeumnúmeropar de cilindros, a partir de quatro oumais. O motor de três cilindros faz no carro popular algo similar ao que o downsizing e o turbo fazem nos sedãs mais caros: aumenta a potência e diminui as emissões por meio da redução do consumo, do aumento da efici- ência e do número de peças. Commenos peças, omotor tem menos peso e menos atrito, consumindo menos combustível e dissipando menos energia. latinstock
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