RESPM SET-OUT 2016

setembro/outubrode 2016| RevistadaESPM 115 shutterstock Oagronegócio brasileiro está perto de dar umgrande salto tecnológico, ao promover a integração lavoura, pecuária e floresta (iLPF), emuma atividade contínua e intensiva de produção, 365 dias Com exceção das rodovias, toda a infraestrutura de portos, estações de transbordo de cargas e demais estru- turas de armazenamento de grãos foram construídas com recursos de empresas que atuam no agronegócio ou na agroindústria. Em razão do avanço das obras, a previsão é de que, da safra deste ano, do Estado deMato Grosso, cerca de 26 milhões de toneladas de grãos pas- sempelo ArcoNorte, comprojeção para umpatamar de 72 milhões de toneladas em 2025. Jánocasodacadeiasucroenergéticadacana-de-açúcar, a longa política governamental de controlar os preços da gasolina provocou enormes prejuízos e deixou graves e duradouras sequelas. De 2008 a 2015, o número de uni- dades que entraram em recuperação judicial chegou a 79. A fatia representa perto de 23% do total de 350 uni- dades existentes no Brasil. Infelizmente, a decretação de falência bate na porta de muitas delas. O etanol não é uma experiência isolada do Brasil. Há umesforço global de redução dos gases de efeito estufa, que causam o aquecimento do planeta. Após dois anos de pesquisas, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), desde 2010, classifica o etanol de cana como “biocombustível avançado”, com ummínimo de 61% de redução comprovada na emissão dos gases causadores do efeito estufa emrelação à gaso- lina, um valor três vezes superior ao obtido pelo etanol de milho, que resulta em apenas 21% de redução. São muitas as externalidades econômicas, sociais e ambientais da indústria do etanol para a sociedade: diversificação energética, redução de gases de efeito estufa, redução de gastos com saúde pública, gera- ção de empregos, inovação tecnológica e interioriza- ção do desenvolvimento. Trata-se de uma alternativa renovável que pôs o Brasil na vanguarda do planeta, no campo da substituição de petróleo e do combate às mudanças do clima. Vale também realçar a importância fundamental da abertura comercial, de acordos bilaterais do Bra- sil com países importantes no consumo dos produtos do agronegócio. Luiz Carlos Corrêa Carvalho Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag)

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