RESPM SET-OUT 2016
Panorama Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 28 • 1. A necessidade das empresas de focarem e criarem processos, ambientes e incentivos à inovação. • 2. Por que a indústria brasileira, em particular, deve entrar em um ciclo de recuperação nos próximos anos, mas ele só será sustentado e sustentável a longo prazo e por políticas de incentivo à competitividade e inovação. Alémdisso,minhaempresa, aRicamConsultoria, está conduzindo junto a umparceiro uma pesquisa exclusiva com as empresas e profissionais reconhecidos por seus parescomoosmais inovadoresdopaísparacompreender melhor os processos que permiteme estimulama inova- ção. Embreve, devemos ter novidades. República de bananas ou de inovadores? O termo República de Bananas nasceu para menospre- zar os países da América Central, dependentes desse produto, facilmente manipuláveis política e econo- micamente. Bananas e outras commodities são pro- dutos ou serviços com pouco ou nenhum diferencial e que, por isso, podem ser substituídos pelo produto ou serviço do vizinho com facilidade. Cada vez mais, profissionais também têm virado commodities. A aceleração e a rápida disseminação dos avanços tecnológicos têmcolaborado para uma commoditização generalizada. No passado, uma empresa que lançava um novo produto desfrutava por mais tempo de uma van- tagemcompetitiva significativa em relação aos concor- rentes. Hoje, namaioria das vezes, concorrentes conse- guem lançar produtos similares oumelhores emprazos cada vezmais curtos. Umexemplo é a indústria de celu- lares. Empoucos anos, surgiramnovos líderes, e líderes pioneiros sumiram ou encolheram substancialmente. Para evitar a commoditização de seus produtos, as empresas tentam, comníveis de sucesso variáveis, dife- renciar produtosmuito parecidos, usando detalhes téc- nicos, cores e formas distintas. A menina dos olhos dos pregadores da inovação é provavelmente a Apple. Com produtos de uso fácil e design arrojado, a Apple transformou aparelhos eletro- eletrônicos emobjetos de desejo e status. Ainda assim, a própria Apple temsentido cada vezmais amordida da concorrência, que não só copia as suas inovações, mas também acrescenta outras. Inovar sempre é preciso; hoje, aindamais. De 2004 a 2010, a economia brasileira expandiu-se em um ritmo médio de 5% ao ano, incorporandomão de obra aomer- cado de trabalho e usando mais a infraestrutura exis- tente. De lá para cá, esses fatores produtivos se esgota- ram e nosso ritmo médio de crescimento desceu para 2% ao ano até 2013 e tornou-se negativo desde então. Para crescer de forma acelerada, não basta contratar mais gente para trabalhar. O desafio agora é produzir mais com menos gente. Em resumo, não só está cada vez mais difícil manter diferenciais em relação à con- corrência, mas, sem esses diferenciais, as empresas instaladas no Brasil estão condenadas a crescermenos. Asoluçãoéinovar.Podesernaformadeatenderocliente. Seja um produto ou um serviço, toda empresa oferece uma solução para uma necessidade de seu cliente. Como melhor suprir essanecessidade?Mudea formadeencarar seu próprio negócio. Por exemplo, em 1987, a Brasilata, uma empresa de embalagens, implantou um programa pedindo sugestões de melhorias a todos os seus funcio- nários, que passarama ser vistos como “inventores”. Em 2008, cada inventor propôs, emmédia, 145melhorias. Está pensando que esse papo de inovar vale só para as empresas, não para você? Pense mais um pouco. A alta dos salários nos últimos anos levará as empresas a substituir funcionários por máquinas, agora mais baratas, o que, somado a um crescimento econômico mais lento, deve elevar a taxa de desemprego. Qual é o seu diferencial? O que você faz melhor do que os outros? O que o torna único aos olhos de quemo contrata? Por exemplo, segundomeus clientes, nomeu caso é a capacidade de transformar conceitos econô- micos complexos e que parecem distantes do dia a dia das empresas em algo simples e que as ajuda a desen- volver estratégias que as tornammelhores do que seus concorrentes. Descobriu o seu? Não? Então, pesquise, prepare-se, estude, vá à luta e arranje um bomdiferen- cial. Você não quer virar banana, quer? Por incrível que pareça, a indústria costuma ter desempenhomelhor emmomentos de dólar emqueda e pior emmomentos de dólar emalta
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