RESPM SET-OUT 2016

setembro/outubrode 2016| RevistadaESPM 31 passam a ser supridas por importações, não benefi- ciando nossa indústria. O reverso ocorre quando o dólar ficamuito alto, como aconteceu recentemente, e depois começa a cair, como nos últimos meses. Nesse caso, a indústria consegue aproveitar-se da melhora do mercado interno, que nor- malmente acompanhamovimentos de dólar emqueda. É bastante provável que vejamos esse processo ao longo dos próximos anos, como aliás aconteceu tanto após a desvalorização do real de 2002/2003, quanto depois da de 2008/2009. Isso tudo para dizer que os problemas que afetam a competitividade hoje, como em 2013 — desde quando as dificuldades da indústria começaram a se agravar —, não estão relacionados ao nível da taxa de câmbio, mas a problemas estruturais da economia brasileira — custo trabalhista elevado, baixa produtividade da mão de obra, impostos excessivos, infraestrutura ruim, ambiente de negócios desfavorável etc. Ao contrário de 2013, umdólar alto hoje, e provavelmente emqueda nos próximos anos, dá ao Brasil a possibilidade de cuidar desses ajustes nos próximos anos em um ambiente de desempenho da indústria bem mais favorável do que tivemos nos últimos anos. Isso não é, em hipótese alguma, razão para poster- gar essas reformas. Aliás, se já as tivéssemos feito, não teríamos tido a desindustrialização do país que acaba- mos vivendo nos últimos anos. Ricardo Amorim Autor do best-seller Depois da tempestade , apresentador do programa Manhattan Connection , da Globonews, único brasileiro entre os melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner e o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes Aalta dos salários nos últimos anos levará as empresas a substituir funcionários pormáquinas, agoramais baratas, o que, somado a umcrescimento econômicomais lento, deve elevar a taxa de desemprego. Qual o seudiferencial? shutterstock

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