RESPM SET-OUT 2016
setembro/outubrode 2016| RevistadaESPM 49 e s p e c i a l C o m p e t i t i v i da d e e inovação capaz de provocar mudanças emprodutos e processos, como intuito de elevar a competitividade do negócio como um todo. Cacos ou sementes? Acrise brasileira contribuiupara evidenciar, aindamais, as diferenças entre as empresas que investememinova- ção e produtividade das demais. E nesse cenário econô- mico turbulento, ficoumais fácil separar o joio do trigo ou os cacos das sementes, como descreve o livro Brasil 2017: cacos ou sementes? , da série Ipsos Flair Brasil. A obra apresenta os temas que deverão nortear o Brasil no próximo ano, com base nos levantamentos feitos pelo instituto Ipsos. “Diante de tantas incertezas, o país adolescente de dois anos atrás amadureceu. Obrasileiro cresceu como cidadão e a opinião pública está ávida por umamaior transparência de políticos e empresas. Tanto que 85% dos brasileiros apoiam a Operação Lava-Jato e acreditamque ela deva investigar osmembros de todos os partidos envolvidos com a corrupção”, explica Ale- xandre de Saint-Léon, CEOda Ipsos Brasil. “Improvisar e querer levar vantagem já não sãomais comportamen- tos aceitáveis no ambiente de negócios. A conscientiza- ção já existe. Agora, vai demorar mais uma década para que ocorra de fato umamudança no comportamento da sociedade e o tal do ‘jeitinho brasileiro’ caia emdesuso.” Segundo ele, a confiança do brasileiro parou de cair e já é possível notar um sinal bem tênue de retomada do desenvolvimento para o próximo ano. “Considerando a existênciadeumademanda reprimida tantodeconsumo quanto de investimento, podemos definir 2017 como o ano emque iremos juntar os cacos e plantar as primeiras sementes do crescimento”, avalia o executivo, citando a pesquisa Global @dvisor, feita pela Ipsos, em julho de 2016, afirmando que “57% dos brasileiros acreditam que a situação ficará melhor nos próximos seis meses”. Mas, por enquanto, todos estãoaguardando sinaisdeque as reformas estruturais propostas pelo governo Temer serão mesmo implantadas. NaopiniãodeMarcosBonomi, diretordaáreadevarejo do Itaú Unibanco, as empresas que estão registrando crescimento são aquelas que descobriram formas de agregar novas fontes de receita e serviços ao bem prin- cipal que é comercializado. “No caso do Itaú, estamos investindo no digital e usando a tecnologia para criar um ecossistema capaz de valorizar a experiência do cliente como banco”, disse o executivo durante o evento da Fenabrave. “Hoje, as transações mobile já são maio- res do que as operações no caixa eletrônico e os clientes do banco digital representam metade do nosso resul- tado de varejo. Trabalhamos com a hipótese de que em cinco anos quase tudo irá migrar para o ambiente digi- tal, principalmente porque o celular virou uma espécie de extensão da própria mão.” Na lista de empresas que estão fazendo a lição de casa está o Peixe Urbano, que nasceu em 2010 como um site de compras coletivas e hoje é um market place de pro- dutos e serviços com mais de 25 milhões de usuários no Brasil. “Em 2011 tínhamos dois mil concorrentes atuando nesse mercado, que movimenta cerca de R$ 1 trilhão por ano. Para ganhar market share, nós redire- cionamos o foco do negócio e realizamos uma série de ajustes visando melhorar a rentabilidade da operação. Dois anos depois, oPeixeUrbano passou a ser lucrativo e praticamente todos os nossos concorrentes deixaramde existir”, observaAlex Tabor, CEOe cofundador do Peixe Urbano, que em2014 foi adquirido pelo Baidu, segundo maior serviço global de buscas na web e uma das maio- res empresas de internet do mundo. Já aMactraTintas e Impermeabilizantes registrou53% de aumento no faturamento apenas no primeiro semes- trede2016. “Apartir de2014, quandocomeçamos a sentir os efeitos da crise, refizemos todo o nosso planejamento estratégico. Cortamos algumas ações, reduzimos nosso quadro de funcionários e nos preparamos para enfren- tar um cenário pessimista. Mesmo durante a crise, não paramosde investir eminovação”, comemoraFabíolaVas- concellos Cecon, sócia e diretora comercial daMactra. Naspáginas a seguir, você confere comoPeixeUrbano, Bug, Mactra, Tigre e Toyota conseguiramse antecipar à maioria das empresas e blindar seus negócios contra a atual crise econômica. Lendo os relatos de Alex, Diogo, Fabíola e dos demais entrevistados, o leitor compreen- derá que o desempenho positivo de cada um deles não ocorreu por acaso. É fácil notar que há entre elesmuitos pontos em comum. Pontos que apontam para os cinco pilares da competitividade: inovação, produtividade (controle rigoroso de custos), maximização da receita, cash-flow elevado e planejamento estratégico — pontos abordados ao longo de toda esta edição.
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