RESPM SET-OUT 2016
Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 50 Revista da ESPM — Enquanto muitos empresários estão animados com uma possível retomada da economia em 2017, a Bug comemora um crescimen- to anual médio de 30% nos últimos anos. Em sua opinião, o que fez a companhia nem tomar conhecimento dessa crise? Diogo Rodrigues Carvalho — Nosso bomdesempenho é reflexo do traba- lho que temos realizado nos últimos anos, principalmente a partir de 2009, quando conseguimosmultipli- car os insetos, melhorar nossa pro- dutividade e assim passar a atender grandes clientes, como as usinas de cana-de-açúcar. Hoje, registramos um faturamento de R$ 12 milhões, gerados por uma carteira de clientes composta por mais de 500 agriculto- res compequenas, médias e grandes lavouras que já trocaramo inseticida por nossas vespas. Além do apelo ecológico, nossométodo de combate à praga é 30% mais barato do que o controle convencional. Com isso, devemos encerrar 2016 crescendo acima de 50% sobre o ano anterior. Revista da ESPM — E como vocês conseguiram chegar a essa fórmula? Diogo — Pesquisa e desenvolvi- mento, o famoso P&D, faz parte do nosso DNA, porque nascemos dentro de uma universidade, que nos incentivou a testar, fazer expe- rimentos e demonstrações desde o primeiro dia de funcionamento do novo negócio. Hoje, temos cerca de 20 pessoas que trabalham testando os nossos produtos sob orientação do nosso sócio, o professor Alexan- dre de Sene Pinto. Meu principal concorrente é o inseticida. Então, tenho que investir em inovação para fazer com que o controle bio- lógico seja mais competitivo e efi- ciente do que ele. Caso contrário, o agricultor não vai querer nem testar o meu produto. Revista da ESPM — Como a inova- ção ocorre de fato no dia a dia das operações da Bug? É possível citar exemplos? Diogo — Trabalhamos com ves- pas nativas e nosso objetivo é produzi-las em grande quantida- de na empresa. Recentemente, desenvolvemos um novo sistema de produção, no qual consegui- mos aumentar a produtividade e reduzir a mão de obra envolvida no processo. Antes, eu precisava de 36 pessoas para produzir um quilo de ovos de vespa. Hoje, 17 funcionários produzem 10 quilos de ovos. Agora, nosso próximo desafio de inovação é aumentar o nosso portfólio. Em 2017, vamos lançar mais quatro produtos e entrar na área de insetos para a produção de proteína que irá compor a ração para peixes, aves e cachorros. A ideia é fornecer farinha do inseto para as fábricas de ração animal. Neste momento, estamos montando um plano de negócios para essa nova área. Revista da ESPM — Quais as previ- sões da Bug para 2017? Diogo — Em dois anos, a Bug do- brou a sua produção e hoje é capaz de garantir o tratamento de uma área de 10 mil hectares por dia por meio de vespas parasitoides produzidas em nossas unidades de Piracicaba e Charqueada. E es- tamos projetando um aumento de 70% para 2017. Tecnologiaa favordanatureza Nascida em 2001, dentro de uma incubadora da Esalq, a escola de agronomia da Universidade de São Paulo (USP), a Bug Agentes Biológicos entrou para o seleto time de empresas que respiram inovação ao desenvolver um sistema que utiliza vespas para combater as pragas das grandes lavouras brasileiras. Diogo Rodrigues Carvalho, engenheiro agrônomo e CEO da Bug Agentes Biológicos, lembra que demorou uma década para o empreendimento virar um negócio viável. Nesta entrevista, ele mostra por que a Bug tem registrado um crescimento anual de 30% nos últimos quatro anos e o que levou a revista americana Fast Company a eleger a sua empresa como a mais inovadora do país e a 33ª em todo o mundo. Bug Agentes Biológicos | Diogo Rodr igues Carvalho
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