RESPM SET-OUT 2016
Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 54 Revista da ESPM — O Peixe Urbano é citado no livro Brasil 2017: cacos ou sementes? , da Ipsos, como a maior plataforma de e-commerce do Brasil, premiada até no Vale do Silício. A que você atribui esse bomdesempenho? Alex Tabor — Iniciamos nossas operações em 2010, com a oferta de arvorismo na Lagoa Rodrigo de Frei- tas, no Rio de Janeiro. Vendemos 50 cupons, metade deles comprados por parentes e amigos. Na época, o mercado brasileiro não entendeu muito bem o conceito de compras coletivas. E, em 2011, tínhamos dois mil concorrentes atuando nesse mercado, que movimenta cerca de R$ 1 trilhão por ano. Para ganhar market share, redirecionamos o foco do negócio e realizamos ajustes visando melhorar a rentabilidade da operação. Dois anos depois, o Peixe Urbano passou a ser lucrativo e praticamente todos os nossos con- correntes deixaram de existir. Em 2014, fomos adquiridos pelo Baidu e passamos a utilizar a experiência que esse gigante da internet tem no mercado chinês. Deixamos de ser apenas uma ferramenta de marke- ting e assumimos o papel de consul- toria de ofertas. Com isso, aumenta- mos nosso mercado em cem vezes. Por exemplo: o empresário que aca- bou de abrir um restaurante e está com 80% da capacidade ocupada não quer um cupom de desconto, e sim um serviço personalizado para reduzir esses 20% de ociosidade. Entendemos as necessidades dos clientes e, a partir daí, criamos pro- dutos específicos para atendê-los. Revista da ESPM — E qual foi o retor- no gerado por essa reestruturação? Alex — Em 2015, o plano era ampliar em 50% o nosso faturamento. Ao adotarmos esse novo modelo de negócio, acabamos crescendo 100%. Somos uma das contasmais comple- xas doGoogle noBrasil, porque gera- mos dezenas de milhares de campa- nhas emdiversas praças. Temos 60% domercado de São Paulo, 90% do Rio de Janeiro e quase 100% da praça de Recife (PE). Atualmente, o segmento de gastronomia representa metade de nossas vendas. Mas, comparan- do nossa penetração no Brasil com o mercado chinês, o potencial de crescimento é enorme: temos ape- nas 3% dos restaurantes brasileiros com ofertas no ar agora. Na China, mais da metade dos restaurantes tem oferta no ar. Isso significa que ainda podemos crescer, no mínimo, 15 vezes, principalmente como push marketing relacionado com a proxi- midade geográfica do usuário. Revista da ESPM — O varejo vem registrando sucessivas quedas de faturamento. Como a crise impactou as transações do Peixe Urbano? Alex — Não vou revelar números do Peixe Urbano, mas posso assegurar que registramos um crescimento significativo no último ano. Ten- do em vista o comportamento de nossos consumidores, o foco agora é investir mais na divulgação de serviços locais, que estão próximos ao usuário. Também vamos aumen- tar os nossos investimentos nos setores de hotelaria e viagem, que registraramum aumento de 65% em comparação com o primeiro semes- tre de 2015. Outro foco é na área de entretenimento, como a venda de ingressos para a Stock Car e outros serviços de lazer. Navegandoemáguas tranquilas Inaugurado como um site de compras coletivas em 2010, o portal Peixe Urbano teve de navegar por diversos mares até encontrar sua verdadeira vocação: ummarket place de produtos e serviços, que vende desde almoço com desconto em restaurante japonês até iPhone e escova para cabelo. Alex Tabor, CEO e cofundador do Peixe Urbano, conta que essa reestruturação foi essencial para a sobrevivência do negócio, que hoje é uma das maiores plataformas de e-commerce do Brasil. Adquirido em 2014 pelo Baidu — segundo maior serviço global de buscas na web —, o Peixe Urbano conta com mais de 25 milhões de usuários no país e carrega em seu currículo o prêmio Best International Startup Crunchies, o “Oscar das startups” do Vale do Silício. Para Alex, a trajetória de crescimento do Peixe Urbano está apenas começando. pe i xe urbano | Alex Tabor
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx