RESPM SET-OUT 2016
tendência Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 72 Em 2000, o Oxford English Dictionary (OED) tornou-se on-line. Desde então, realiza e publica uma pesquisa de novas palavras em inglês que são criadas a cada ano. Os editores do OED informam que a última edição do dicionáriotem1,2milnovaspalavraseoutrasmilpalavras revisadas. Esses dados estão presentes emuma reporta- gemque foi publicada no jornal The Guardian , no último dia 12 de setembro. Escrita por Chitra Ramaswamy, a matéria Yolo! How do they choose newwords for the Oxford EnglishDictionary ? apresentaalgunsdessesnovos termos, comooYolo—acrô- nimopara a frase You only live once (você só vive uma vez). Enovos termos jáestãoprevistosparaconstar dapróxima ediçãododicionário, como yogalates , que é a combinação de ioga com pilates; pokémoning (sair para jogar Poké- mon Go); e trumpism — personalidades com inspirações políticas de Donald Trump frequentemente usadas para referenciar narcisistas, pontos de vista anti-imigrantes e patriotismo exacerbado. WhatsApp, Uber, Snapchat, Airbnb e Bitcoin ( ) são aplicativos que surgiram emnossas vidas sem qualquer sinalização prévia e transformaram o nosso cotidiano pessoal e profissional. Hoje, as imobiliárias já aceitam pagamentos emBitcoin ( ) e as nossas despesas de des- locamento devem ter comprovantes do Uber. Independentemente do setor econômico, a única cer- teza que temos é a de que amentalidade ( mindset ) da ges- tão da era da Revolução Industrial, juntamente com os conceitos que a geraram, é uma pedra no caminho para explorar o enorme potencial da revolução digital com o uso da TIC como diferencial competitivo. Amelhor formadeconvivermos comessasmudanças é entendermos que, diante dos novos desafios, os procedi- mentos operacionais padrão que aprendemos são pouco ou nada eficientes. Umbomrumoa ser trilhadopara a sustentabilidadedo negócio é criarmos diferenciais competitivos como uso daTIC, comoaMagicBand, queéumaexperiênciamemo- rável ao ser vivenciada coma sua família. No universo das inovações não há certo ou errado, pois tudo ainda está por ser criado. Se você errou, o certo já era conhecido e isso não é inovação. Os resul- tados podem ser diferentes dos esperados, mas sempre geram novos conhecimentos. Agora,éimportantesabergerenciarasangústias,lembrar queos riscos tambémpodemser positivos enãoesquecer de que, hoje, a gestão da ignorância émais importante do que a gestão do conhecimento. Tambémvale lembrar que umadasprincipaisdificuldadesde implementaçãodaTIC équeelaépartedasoluçãoeaomesmotempodoproblema. Em seu artigo Digital Darwinism: how disruptive tech- nology is changing business for good , Brian Solis, da Alti- meter Group, ressalta que esta é uma era em que a tec- nologia e a sociedade estão evoluindo mais rápido do que as empresas podem naturalmente se adaptar. Isso prepara o terreno para uma nova era de liderança, uma nova geração demodelos de negócios, trazendo consigo o mantra “adaptar ou morrer”. Assim, vivenciamos o darwinismo digital. Nesse cenárioéevidentequeasmudanças são inexorá- veis e, portanto, devemser bem-vindas. Amelhor orienta- ção para omomento é aceitar que “não é omais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que se adapta às mudanças”, como costumava dizer o naturalista bri- tânico Charles Darwin. Rafael Marchesi Camanho Professor do curso de comunicação da ESPM e sócio-diretor da DCODE – Live Research & Consulting Roberto Camanho Professor de análise das decisões e estratégia empresarial e supervisor do Laboratório de Produtividade da ESPM/SP, consultor e pesquisador em processos decisórios do Núcleo Decide da FEA/USP Uma das principais dificuldades de implementação da TIC é que ela é parte da solução e ao mesmo tempo do problema shutterstock
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