RESPM SET-OUT 2016

Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 82 campanhade lançamentodoprêmio, oHiran Castello Brancome pergun- tou qual seria o nome desse prêmio. Disse que o nome ainda não existia e que aquele briefing era para ini- ciar o processo — o nome seria ainda escolhido. Mas havia pensado que queria como troféu uma coruja. Para fundamentarminha intenção, disse aoHiran que, ao visitar a sala do seu pai, Renato Castelo Branco, quando ele era o presidente da agência J.W. Thompson, verifiquei numadas suas estantes várias estatuetasde corujas. Perguntei então ao Renato omotivo de aquelas corujas estarem ali. Ele respondeu-me que era a forma de a J.W. Thompson homenagear anual- mente seus executivos em todo o mundo, pelo desempenho e pelos resultados obtidos. ORenatoacabou dizendo que a coruja tinha sido esco- lhidapor ser o símbolodeumanimal de sabedoria, de inteligência e que a coruja estava sempre atentaaos fatos da floresta, dia e noite. Gostei do que ouvi. Diante da explicação, naquela mesma reunião, como já estava defi- nida a coruja como símbolo do prê- mio, alguém deu a ideia de solicitar ao artistaAldemirMartins a criação da estatueta.Marcada a reunião com o Aldemir, ele topou criar o símbolo do prêmio. Depois de alguns dias, ele me chamou para ver o desenho da coruja. Aprovei a estatueta, os traços, e mais ainda a explicação de Aldemir, que nascera no Vale do Cariri, no Ceará. Aquela coruja era uma ave só existente no Nordeste e não encontrada em nenhum outro local emtodoomundo. Aldemirdisse queaquelacorujasechamavacaboré. Ouvi “caboré” e, como era o símbolo que desejava, estava tudo resolvido. A campanha foi desenvolvida, e o PrêmioCaboré foi lançado comuma campanhamarcante que despertou o interesse dos empresários e profis- sionais da propaganda. Mas ocor- reu um fato inusitado. Durante a primeira solenidade de entrega do prêmio, entre os escolhidos estava a HildaWickerhauser, que conquis- tou a estatueta na categoria “Pro- fissional de Pesquisa”. Ela era do Instituto Marplan e uma das mais conceituadas profissionais da área. Ao agradecer, ela disse que, como “O nome do prêmio seria mesmo ‘caboré’. e se a coruja se sentisse desconfortável , ela que mudasse de nome” caderno PRÊMIO CABORÉ