RESPM SET-OUT 2016
Tecnologia Revista da ESPM | setembro/outubrode 2016 90 A crise atual ainda não passou. Temos alguns sinais de mudanças, mas, de acordo com economistas, o ciclo de contração econô- mica — iniciado no primeiro semestre de 2014—ainda está emcurso. Pelaprimeira veznahistória, não há um setor da economia que não esteja passando por dificuldades. E é unânime a opinião dos analistas: o caminho para a retomada do crescimento será árduo e longo. Mas será que não existe umatalho? Uma estra- tégia capaz de encurtar o prazo dessa retomada da eco- nomia? Sim, existe um caminho possível, e a primeira atitude émudar a nossa forma de ver omundo. Isso por- que a nossa realidade foi alterada profundamente pela informação digital. Para sintetizar de forma objetiva essa nova realidade, usarei a infoesfera, um conceito dos anos 1970. De acordo com o professor Luciano Flo- ridi, daUniversidade deOxford, “infoesfera denota todo o ambiente informacional constituído por entidades de informação, suas propriedades, interações, processos e relações mútuas”. Nenhuma área do conhecimento humano, nenhum segmento industrial ou de serviços está fora da infoesfera. Muito pelo contrário. Todos eles contribuemdiariamente para amanutenção e o cresci- mento da infosfera. Para aproveitar ao máximo o que ela pode oferecer, a tendência domercado é investir na concepção e criação de algoritmos. Segundo Peter Sondergaard, vice-presidente doGart- ner Research, os algoritmos serão ativos transacionais cada vezmais importantes e, no futuro, irão representar um impacto profundo em todas as operações das orga- nizações. Mais do que dados, serão os algoritmos que definirão o entendimento e as possibilidades de intera- ções com os consumidores dentro e fora da infoesfera. Por definição, algoritmo é uma sequência de instru- ções não ambíguas, com a finalidade de solucionar um problema. A concepção de um algoritmo exige análise, criatividade e uma dose de lógica. Atualmente, cientis- tas computacionais partem de conceitos e técnicas de “aprendizagemprofunda” ( deep learning ) e redes neurais para criar algoritmos capazes de analisar grandes con- juntos dedados complexos (bigdata) edaí extrair insights para campanhas demarketing, redesenhar modelos de negóciosousimplesmenteencontrar caminhosparaeco- nomizar emcustos de produção e logística. Aindamais interessante é pensar a infoesfera como umespaço onde diferentesunidadesde informaçãopodemcriar relações, abrindo a possibilidade de colaboração entre empresas, governos e startups. Para navegar e rentabilizar essas relações, algoritmos sãomaterializados em bots (simpli- ficação de robot ). Um bot é uma peça de software, umpro- grama capaz de realizar uma tarefa de forma autônoma e inteligente. Aqui, neste artigo, vou citar exemplos em três diferentes áreas de referência: financeira; saúde e medicina; e relacionamento com o cliente. No ambiente financeiro dos anos 2000, os bots eram responsáveis por 10%de todas as operações domercado de açõesnorte-americano. Em2008, já somavam60%. De acordo comChristopher Steiner, autor do livro Automate this — howalgorithms took over ourmarkets, our jobs and the world (PenguinBooks, 2012): “Wall Street se tornouomaior empregador de matemáticos, engenheiros e cientistas, numa escalamaior que a dos segmentos de semicondu- tores, telecome farmacêutico”. NoBrasil, startups como shutterstock Os algoritmos serão ativos transacionais cada vezmais importantes e, no futuro, irão representar umimpactoprofundo emtodas as operações das organizações Os bancos estão passando por intensasmudanças, com a chegada das fintechs . Essas pequenas notáveis estão promovendouma ”uberização” dos serviços bancários
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