RESPM ABR_MAI_JUN 2017
Tendências Revista da ESPM | abril/maio/junhode 2017 100 por negociar preços com os fornecedores, aprimorar o gerenciamento do estoque para diminuir perdas de pro- dutos e evitar os encalhes, além de estudar uma logís- ticamais eficiente. Trata-se de uma operação complexa, que muitos varejistas estão aprendendo a aperfeiçoar. Investir no chamado “atacarejo”, comummaior volume de compras e a possiblidade de oferecer bons descontos para o consumidor, é outra forma de girar mais rapida- mente o estoque e proporcionar ganhos de faturamento. Em geral, a necessidade de reduzir gastos traz como consequência a substituição de marcas mais caras por outras semelhantes, demenor valor, o que é particular- mente verdadeiro em relação a itens de uso frequente, como produtos de higiene e alimentos. O consumidor dificilmente deixará de adquirir as categorias de pro- dutos comas quais está acostumado, mas poderá optar por similares mais em conta. Vale mencionar um dado relevante sobre a questão da lealdade às marcas levan- tado na última Total Retail. Entre as pessoas com renda superior a R$ 14 mil por mês, a fidelidade é significati- vamentemaior: 77% dizemnão abandonar os produtos e fabricantes de que mais gostam. Para os menos favo- recidos, com ganhos de até R$ 2 mil mensais e maior preocupação orçamentária, a flexibilidade émaior: 45% estão dispostos a experimentar novos produtos e a tro- car de marca. Esses dados ajudam a entender os moti- vos pelos quais os produtos do tipo commodity — como sabão empó, bebidas e itens de limpeza da casa, que têm maior impacto no bolso do consumidor de baixa renda — parecem ser mais facilmente substituídos. As empresas precisamficar atentas tambémaos hábi- tosde consumoquedevemser retomados quandohouver umamelhoranocenárioeconômico—essesdadospodem ser bastante relevantesparadefinir oplanejamentoestra- tégico no curto emédio prazos. De acordo comdados da pesquisa Total Retail, metade das famílias comrenda de R$ 5 mil a R$ 13 mil mensais pretende aumentar a fre- quência da ida a bares e restaurantes. Na faixa salarial de R$ 2mil a R$ 5mil pormês, 36%devemvoltar a comprar artigos de vestuário, calçados e acessórios — outros 37% desejam investir em cursos de formação profissional. Entre as famílias de alta renda, com ganhos superiores a R$ 14 mil, 59% desejam viajar mais para outros países e ficar em hotéis melhores, o que pode representar uma boa oportunidade para o setor de turismo internacional. Compras on-line Boa parte dessas transações é realizada em lojas vir- tuais, que têm conquistado cada vez mais relevância como canal de compras. Enquanto em 2012 cerca de 50%das famíliascomrendadeatéR$2milmensais afirmaramter intençãode restringir ascomprasa itensde primeiranecessidade, comoalimentosegastoscomsaúde shutterstock
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